O Brasil celebra o Dia da Consciência Negra nesta quarta-feira (20), uma data que vai além da homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência contra a escravidão. Instituída oficialmente em 2003, essa data nos convida a refletir sobre a luta e as contribuições da população negra ao longo da história, além de nos chamar à ação contra as desigualdades e o racismo estrutural.
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O professor de História Pedro Rennó, da plataforma Professor Ferretto, ressalta que “o Dia da Consciência Negra é essencial para reconhecer as injustiças históricas que a população negra enfrenta e para valorizar a sua cultura e luta.”
Além de Zumbi, muitas outras figuras negras foram fundamentais para a construção do Brasil que conhecemos hoje:
- Dandara dos Palmares, mulher de Zumbi, foi uma líder guerreira dentro do Quilombo dos Palmares, combatendo os colonizadores e defendendo sua comunidade com bravura. Segundo Rennó, Dandara representa a força e a coragem das mulheres negras na luta pela liberdade e pela preservação da identidade cultural afro-brasileira.
- Luiza Mahin, uma das líderes da Revolta dos Malês de 1835, foi fundamental na resistência dos escravizados muçulmanos na Bahia. Segundo Rennó, ela desafiou as normas da época e simboliza a resistência contra a opressão colonial.
- Dragão do Mar, marinheiro cearense, ficou famoso por se recusar a transportar escravizados em 1881, paralisando o tráfico de escravos na região. Conforme destaca o professor, sua coragem ajudou o Ceará a se tornar o primeiro estado a abolir a escravidão em 1884.
- Luiz Gama, advogado, poeta e abolicionista, usou seu talento jurídico para libertar mais de 500 escravizados. O professor explica que ele foi um dos primeiros a questionar a escravidão por meio de argumentos legais.
- Maria Felipa, guerreira da independência da Bahia, organizou ataques contra as forças portuguesas durante a Guerra da Independência. Segundo Rennó, sua habilidade em liderar um exército de mulheres negras e indígenas é um exemplo de resistência e luta pela liberdade.
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Esses nomes são só alguns exemplos de como a população negra foi fundamental na construção de um Brasil mais livre e justo. O Dia da Consciência Negra, mais do que uma data comemorativa, é um chamado à reflexão e à ação: “É um momento para refletirmos sobre o presente. É fundamental que a sociedade entenda o peso do racismo estrutural e promova a inclusão e a justiça social”, diz o professor.