Representantes da oposição venezuelana reuniram-se neste domingo com os ministros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e o representante do Vaticano e entregaram um documento com exigências para a retomada do diálogo com o governo.
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À saída do encontro, Ramón Guillermo Aveledo, secretário executivo da Mesa de Unidade Democrática (MUD), explicou aos jornalistas que «não existe um tempo específico» para restabelecer as negociações. Segundo ele, “a bola” está do lado do governo, que terá de dar sinais para retomar as conversações. «Queremos que se cumpra a Constituição em cada um dos pontos que apresentamos», disse.
De acordo com Aveledo, uma das exigências passa pela análise dos “casos dos presos políticos, asilados e processados», que estima em cerca de 6 mil, e pela elaboração de um relatório sobre as violações dos direitos humanos durante a repressão aos manifestantes. «Pedimos, desde o primeiro dia, ao governo para ouvir os universitários (…). O caminho da repressão é um caminho falido, é preciso examinar uma rota distinta, de diálogo, de entendimento», acrescentou.
A oposição exige ainda que seja criada uma «verdadeira» Comissão da Verdade imparcial, que estabeleça as responsabilidades pelos mortos e pela violência, mas que não seja comandada pelo presidente do Parlamento (Diosdado Cabello), nem por representantes da oposição.
No dia 13 de abril, a MUD suspendeu a participação nas «mesas de trabalho» em protesto pela «repressão brutal» das forças de segurança contra as manifestações pacíficas e por considerar que o diálogo não estava dando resultados.
O presidente Nicolás Maduro insistiu que não irá «se levantar da mesa de diálogo» e atribuiu a suspensão a «grandes pressões», lembrando que «o simples diálogo e o debate são um resultado positivo».
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Há mais de três meses são registrados diariamente protestos em várias regiões da Venezuela, que já deixaram mais de 43 mortos, milhares de feridos e de detidos. Foram abertas 160 investigações por denúncias de violação de direitos humanos dos manifestantes, entre elas tortura e tratamentos cruéis.
No dia 10 de abril, o governo venezuelano e a oposição decidiram iniciar um processo de diálogo, que tem como «facilitadores» o Vaticano, o Brasil, o Equador e a Colômbia, os três últimos em nome da Unasul.
Em 25 de abril, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela determinou que qualquer concentração ou manifestação pacífica tem de estar previamente autorizada e que o direito de protestar não é absoluto e admite restrições, apesar de estar contemplado na Constituição venezuelana.