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O ex-presidente francês de direita, Nicolas Sarkozy, 59 anos, anunciou nesta sexta-feira, depois de meses de suspense, seu retorno à política com uma candidatura à presidência de seu partido UMP que deve ser votada em novembro.
Sarkozy, que governou de 2007 a 2012, escreveu em sua página no Facebook: «Amo muito a França, estou muito apaixonado pelo debate público e pelo futuro de meus compatriotas». Ele pretende reconquistar a chefia do Estado com as eleições presidenciais de 2017.
Aos 59 anos, o ex-presidente propõe uma nova opção política aos franceses e diz ser candidato à liderança de seu partido, o UMP (direita).
François Hollande, que derrotou Sarkozy em 2012, e seu primeiro-ministro, Manuel Valls, ironizavam nos últimos dias o balanço do governo Sarkozy: «Ele não escapará de seu balanço, que será sua corrente», respondeu o chefe do Partido Socialista, Jean-Christophe Cambadélis.
Referindo-se à crise na França, Nicolas Sarkozy disse: “Sinto em muitos franceses a tentação de não acreditar em qualquer coisa ou pessoa, como se nada valesse». Ele escreveu ainda: «Essa falta de esperança nos obriga a nos reinventar profundamente».
A França continua mergulhada em uma crise econômica que parece não ter fim, com o desemprego recorde de mais de 10%. Depois de inúmeros escândalos, o executivo socialista está desacreditado.
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Sem uma liderança clara ou projeto alternativo, a oposição de direita não é dada como opção. O partido UMP está financeiramente e moralmente falido e não está imune a investigações judiciais que poderiam envolver a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy em 2012.
Em seu texto, Nicolas Sarkozy diz querer transformar radicalmente a sua formação, a fim de criar uma ampla união que supere as divisões tradicionais.
Embora a maioria dos franceses não queira vê-lo no cenário político de acordo com várias pesquisas, Nicolas Sarkozy mostra com sua mensagem que acredita em suas chances.
Na oposição de direita, Nicolas Sarkozy terá dois rivais em seu trajeto até 2017: Alain Juppé, seu ex-chefe da diplomacia, de 69 anos, e François Fillon, de 60 anos, seu ex-primeiro-ministro por cinco anos.
Os dois já expressaram desejo em concorrer à presidência.
O futuro político de Nicolas Sarkozy também é fortemente dependente de meia dúzia de casos judiciais em que o seu nome foi mencionado: o mais grave até o momento é uma acusação de suborno de um juiz.