O TCU (Tribunal de Contas da União) apontou suspeita de irregularidades que trouxeram prejuízos milionários à Petrobras. Relatório preliminar de auditoria divulgado na quarta-feira revela que R$ 243 milhões foram pagos indevidamente até abril à empreiteiras em quatro contratos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Diretores da Petrobras e das empreiteiras serão chamados para apresentar explicações. Caso a fraude seja comprovada, o valor deverá ser integralmente devolvido aos cofres públicos.
Sobrepreço
O problema foi identificado na fórmula de correção monetária dos valores pagos por serviços de contratação de mão-de-obra, fornecimento de equipamentos e material. Segundo o TCU, em média, a previsão era atualizar os pagamentos em 56%, mas nos quatro contratos os valores ficaram entre 70% e 80%.
Para evitar maior prejuízo, a Corte de contas decidiu determinar a suspensão dos repasses programados até maio de 2015, quando a refinaria deverá ficar pronta. No total, serão bloqueados outros R$ 124,9 milhões, que seriam repassados a empreiteiras.
Sob suspeita
A construção da refinaria de Abreu e Lima se mantém no centro da polêmica. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou à Justiça que percentuais dos contratos da obra eram usados para pagamento de propina a político. A Polícia Federal estima que R$ 400 milhões possam ter sido desviados.
A obra, iniciada em 2008, já teve o orçamento atualizado e ficou 10 vezes mais cara e, ainda, a petroleira venezuela PDVSA abandonou a sociedade.