Uma caminhada do movimento alemão anti-Islã Pegida (Europeus Patrióticos contra a Islamização do Ocidente) programada para esta segunda-feira em Dresden foi cancelada devido ao que a polícia da cidade disse ser uma ameaça concreta de ataque contra um dos líderes da organização.
Confirmando o anúncio feito na página do Pegida no Facebook, um porta-voz da polícia local disse que uma “proibição geral” de qualquer tipo de reunião pública foi imposta na cidade para esta segunda, o que inclui a marcha semanal do grupo.
Há “informações concretas de ameaça contra a marcha semanal do Pegida”, disse a polícia de Dresden em uma nota, citando dados do BKA (Escritório Criminal da Polícia Federal alemã) e do escritório criminal da Saxônia.
“Assassinos foram convocados para misturar-se aos manifestantes e matar um dos indivíduos que lideram a marcha”, disse a polícia. Segundo autoridades, o chamado interceptado era “parecido a um tuíte em árabe classificando manifestantes do Pegida de ‘inimigos do Islã’”.
A marcha do grupo realizada na última segunda-feira, a primeira depois do ataque contra o jornal satírico francês “Charlie Hebdo”, em Paris, reuniu um recorde de 25 mil pessoas.
O cancelamento ocorreu depois que autoridades de segurança alemãs disseram ter alertas específicos sobre risco de ataques contra estações ferroviárias centrais em Berlim e Dresden. Uma fonte de segurança disse à Reuters que a marcha do Pegida, realizada perto da estação de Dresden, era considerada especialmente vulnerável.
“Infelizmente, temos de cancelar nossa 13ª marcha devido a razões de segurança”, informou o Pegida no Facebook. “Uma ‘ameaça abstrata’, como é chamada no jargão policial, foi alterada para ‘ameaça concreta de assassinato’ contra uma das pessoas em nossa organização”.
Paquistão
Neste domingo uma manifestação contra o “Hebdo” reuniu cerca de 5 mil pessoas em Lahore, no leste do Paquistão. O fundador do Lashkar-e-Taiba, grupo banido por ligações com milícias terroristas, convocou os manifestantes a boicotarem produtos franceses.