A Bovespa fechou com o seu principal índice acima dos 54 mil pontos pela primeira vez em 2015 nesta sexta-feira, rompendo uma barreira psicológica que vinha sendo testada nos últimos quatro pregões, amparada no avanço de ações do setor financeiro e em novos ganhos das ações da Petrobras.
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O Ibovespa terminou em alta de 0,76%, aos 54.214 pontos, renovando a máxima desde 28 de novembro de 2014. O volume financeiro somava 6,34 bilhões de reais. Na semana, a alta ficou em 2,05%.
O índice acionário paulista superou os 54 mil pontos no intradia de todas as sessões da semana, mas sem sustentar os ganhos no fechamento, com agentes financeiros vendo sinais de esgotamento após o rali recente.
As ações da Petrobras, porém, garantiram que a sexta-feira fosse diferente. As preferenciais terminaram em alta de 2,25% e as ordinárias subiram 2,51%, respondendo pela principal contribuição positiva do índice, e acumulando ganhos ao redor de 11% na semana.
Os papéis oscilaram nos últimos dias atrelados a notícias relacionadas à amplamente aguardada divulgação do balanço auditado da estatal, com o avanço dos papéis ON refletindo em grande parte cobertura de posições vendidas (short squeeze).
Análise técnica da Itaú Corretora divulgada no início do dia disse que o Ibovespa permanece em tendência de alta no curto prazo, e possui a próxima resistência em 54.700 pontos. «Acima desta, o mercado deverá ganhar força e seguir em busca da importante resistência e objetivo em 57.300 pontos.»
A recuperação de ações de bancos privados com relevante peso no índice foi essencial para o desempenho do dia, após forte perda na véspera com notícia de possível aumento de tributação no setor e corte na recomendação dos papéis. Bradesco subiu 1,07% e Itaú Unibanco ganhou 0,73%.
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Ainda no setor, Banco do Brasil avançou 3,58%, enquanto Santander Brasil teve 2,95 por cento de valorização.
Também entre os principais suportes para o avanço apareceram BB Seguridade e Cielo CIEL3.SA, com alta de 3,82% e 3,28%, respectivamente.
No final da quinta-feira, o Credit Suisse reiterou o rating «underweight» para o Brasil em sua estratégia de ações na América Latina, citando desafios à rentabilidade da empresa, mas colocou a Cielo entre os destaques positivos.
BRF ficou na ponta negativa, com queda de 1,99%, um dia após notícia de que o empresário Abilio Diniz está negociando aumentar sua fatia no Carrefour.
Para financiar a compra de ações adicionais, uma fonte disse à Reuters que Diniz está considerando vender ativos da holding Península, incluindo fatia na BRF. À Reuters, a Península negou ter interesse em vender as ações da BRF.
Vale foi outro destaque de baixa, após nova queda do minério de ferro na China, onde o contrato para setembro da commodity na bolsa de Dalian atingiu no pior momento do dia seu nível mais baixo desde 2013.
Dólar fecha estável ante o real, mas acumula queda de quase 2% na semana
O dólar fechou praticamente estável comparado ao real nesta sexta-feira, depois de ter operado durante grande parte da sessão em alta, mas encerrou a segunda semana consecutiva com queda acumulada.
A moeda norte-americana fechou com variação positiva de 0,02%, a 3,0711 reais na venda, acumulando queda de 1,86% na semana. Na semana passada, mais curta pelo feriado de Páscoa, o dólar recuou 3,43% ante o real.
Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares nesta sexta-feira.
A recente queda do dólar com relação ao real tem refletido uma maior confiança do mercado na aprovação das medidas de ajuste fiscal, por conta de um cenário político local mais tranquilo. A indicação do vice-presidente da República, Michel Temer, para a coordenação política do governo reforçou essa percepção.
A expectativa é que se o cenário político interno continuar benigno, o dólar pode cair um pouco mais nas próximas sessões, apesar de já estar próximo de R$ 3.
«A cotação estava muito distorcida. Se não tiver nenhuma turbulência ainda pode cair um pouco mais», disse operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold.
Esta manhã, o Banco Central vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a US$ 10,115 bilhões. Até o momento, a autoridade monetária já rolou cerca de 35% do lote total.