A Justiça mandou soltar nesta quarta-feira o empreiteiro Dario de Queiroz Galvão Filho, acionista do Grupo Galvão e diretor da Galvão Engenharia.
A decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, coloca em prisão domiciliar o último executivo de construtora que ainda estava detido em Curitiba.
Assim como outros nove empreiteiros, soltos na semana passada, Galvão usará tornozeleira eletrônica e terá de se apresentar à Justiça a cada 15 dias enquanto corre o processo.
A justificativa é a de que a prisão preventiva só deve ser mantida se o denunciado puder interferir nas investigações, o que não era mais um risco, no entendimento do Supremo.
Com a saída de Galvão, restam 14 presos ligados à Lava Jato no Paraná, entre operadores, ex-diretores da Petrobras, antigos deputados federais e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari. Alguns estão na sede da Polícia Federal e outros no Complexo Médico Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Dario Galvão foi citado por Alberto Youssef por fraudes em contratos da Petrobras nas refinarias refinarias Rnest (PE) e Repar (PR). A Galvão Engenharia pediu recuperação judicial no fim de março.
Depoimento
Ainda nesta quarta, Dario Galvão depôs à Justiça na ação em que é denunciado. Ao juiz Sérgio Moro, o executivo afirmou que soube por meio de Erton Fonseca (outro executivo da Galvão Engenharia, preso em novembro e solto na semana passada), ainda em 2014, que a empresa pagou propinas a partidos políticos. “Ele [Erton] admitiu que pagou por exigência dos partidos políticos, o que não é, na minha avaliação, uma ato errado”, disse Galvão.
Segundo o empreiteiro, Erton recebeu ameaças através de Alberto Youssef de que a construtora não receberia pagamentos por obras se não fizesse os repasses, mas não cita nomes.
Apesar disso, Galvão negou que houvesse cartel e disse que as propinas eram “pontuais”.
