A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira o presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Bahia, e mais sete investigados na Operação Lava Jato. Eles vão responder pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro praticados em contratos para compra de sondas de perfuração da Petrobras. Entre os indiciados, cinco são ligados à empreiteira e estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, desde o mês passado.
Em junho, os executivos da Odebrecht foram presos na 14ª fase da Lava Jato, chamada Erga Omnes, uma expressão usada no meio jurídico para indicar que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos. É uma referência ao fato de as investigações atingirem as duas maiores empreiteiras do país, Odebrecht e Andrade Gutierrez que, até então, não haviam sido alvo da Lava Jato.
No domingo, a Polícia Federal indiciou o presidente da empresa Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, o ex-presidente da empreiteira Rogério Nora de Sá e os executivos da empreiteira Elton Negrão de Azevedo Júnior, Paulo Roberto Dalmazzo, Flávio Magalhães e Antonio Pedro Campello. Todos são acusados por lavagem de dinheiro, corrupção ativa, fraude em licitação e crime contra a ordem tributária.
Executivos da Camargo Corrêa condenados
A Justiça Federal no Paraná condenou a cúpula da construtora Camargo Corrêa por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no contrato das obras da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, no Pernambuco.
O ex-presidente da empreiteira Dalton dos Santos Avancini e o ex-vice Eduardo Hermelino Leite receberam pena de 15 anos e 10 meses de reclusão. Os dois executivos cumprem prisão domiciliar depois de fazerem um acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. O ex-presidente do Conselho de Administração da empresa, João Ricardo Auler, pegou 9 anos e 6 meses de reclusão e também cumpre prisão domiciliar.
Esta é a primeira sentença da Lava Jato contra executivos de construtoras referente a 7ª fase da operação, deflagrada em novembro do ano passado.
O juiz Sérgio Moro também condenou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o agente da Polícia Federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Jayme Careca. Costa fechou acordo de delação premiada e também teve a pena atenuada; já o ex-policial recebeu pena de 11 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Foram absolvidos ainda por falta de provas o empresário Márcio Andrade Bonilho, sócio da empresa Sanko Sider, e o irmão do ex-ministro Mário Negromonte, Adarico Negromonte Filho.