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Logo após o vice-presidente da República, Michel Temer, admitir que as crises política e econômica do país são “graves” e pedir ao Congresso e às instituições que trabalhem unidos pelo desenvolvimento do país, o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que os parlamentares estão colaborando e não haverá pauta-bomba no Senado.
“O Congresso está colaborando com uma solução. Ontem mesmo nós nos reunimos com o ministro da Fazenda, cobramos uma agenda para reaquecer a economia e concluir o ajuste. O Congresso vai colaborar com o que for necessário”, disse Renan.
Ele voltou a defender a criação de uma autoridade fiscal independente – que já propôs na forma de projeto de lei – para orientar o Parlamento sobre questões que possam ter impacto financeiro.
“Todo parlamento do mundo, sem exceção, do mundo democrático, tem uma instituição fiscal independente, que é para dar uma referência ao parlamento toda vez que tiver de analisar uma matéria que impacte. Aqui no Brasil nós temos que fazer isso. O Congresso não pode continuar sendo responsabilizado todos os dias por estar administrando ou não pauta-bomba. Por isso, aqui no Senado, não vai ter pauta-bomba”, garantiu Renan.
O líder do governo no Senado, Delcídio Oliveira (PT-MS), também defendeu que o Senado não aprove a pauta que foi recentemente aprovada no plenário da Câmara, com projetos que representam grande impacto orçamentário. Para ele, caberá aos senadores colocarem um “freio de arrumação” no que vem sendo aprovado pela Câmara.
“No encaminhamento da reunião que tivemos com o Michel [Temer] foi isso. Que o Senado seja uma espécie de para-choque. Um amortecedor dessas pautas que, sem dúvida nenhuma, não cabem no Brasil que vivemos hoje”, disse o líder.
A preocupação do vice-presidente também foi ressaltada pelo líder do PMDB, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Para ele, o Senado precisará pensar uma posição de “equilíbrio” em relação à pauta da Câmara, “que não tem nenhuma sustentação para o futuro”.
“Eu conheço bastante o presidente Michel e nunca o vi numa posição de tanta preocupação com o país. Não era com o governo, e sim com o país. E com toda razão. As pautas que estão sendo elaboradas pela Câmara dos deputados – com todo o respeito, fui deputado durante 12 anos – e que estão chegando ao Senado, e que nós estamos aqui convalidando, são extremamente perigosas”.
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Eunício também concorda com o vice-presidente no que se refere à gravidade da relação entre as crises econômica e política e disse que não se trata de defender o governo, mas o país.
“O momento político é extremamente grave. Ninguém pode esconder que nós temos uma crise política extremamente grave. Mas pior que a crise política é a crise econômica que se alastra e essa sim prejudica o povo brasileiro, principalmente as camadas mais pobres da população”, afirmou o líder peemedebista.