O dólar avançava cerca de 2% em relação ao real nesta segunda-feira, ultrapassando R$ 3,55 e acompanhando a intensa aversão ao risco nos mercados globais após as bolsas da China derreterem diante dos sinais de desaceleração da segunda maior economia do mundo e por preocupações com a crise política que atravessa o Brasil.
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Às 9:47, o dólar avançava 1,55%, a R$ 3,5501 na venda. Na máxima da sessão, já chegou a R$3,57, com alta de 2,12%, próximo dos R$ 3,57 atingidos no último dia 6, maior pico dentro do pregão regular desde 5 de março de 2003 (3,5800 reais).
A divisa dos Estados Unidos também fortalecia contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
«Os agentes internacionais esperavam que o banco central chinês anunciasse novas medidas no final de semana para dar suporte ao sistema financeiro. Como nada foi feito, as principais bolsas chinesas fecharam novamente com fortes quedas hoje, arrastando as demais praças para um pregão de perdas», escreveu o operador da corretora SLW, em nota a clientes, João Paulo de Gracia Correa.
As bolsas de Xangai e Shenzhen desabaram mais de 8% nesta sessão, reforçando o quadro de preocupações com a China, que vem afetando o apetite por ativos de risco, como aqueles denominados em reais, nos mercados globais.
No Brasil, preocupações políticas também atingiam o ânimo dos agentes financeiros, após o vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, determinar que as contas de campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e o PT sejam investigados por suposta prática de crimes, argumentando que há «vários indicativos» de que ambos foram financiados por propina desviada da Petrobras.
Os mercados financeiros têm sido profundamente afetados pelas incertezas em torno da permanência de Dilma no cargo até o fim de seu mandato. «Está cada vez mais difícil imaginar a luz no fim do túnel», disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.