Cerca de 100 municípios ainda têm números alarmantes de dengue no Estado de São Paulo, mesmo no inverno – período em que, em média, o número de casos é menor. As áreas que mais preocupam são as cidades das regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Campinas.
Desde janeiro, o estado concentrou 50% dos infectados em todo o país e viveu a maior epidemia da história, com quase um milhão de casos notificados. O ápice foi nos meses de março e abril: 500 pessoas morreram, a maioria idosos.
Para evitar novos surtos, o governo do Estado vai se reunir no início de setembro com prefeitos e secretários municipais de saúde.
O coordenador de doenças da secretaria de saúde do Estado disse que é importante que as administrações desenvolvam ações conjuntas. Segundo Marcos Boulos, neste ano, as providências só foram tomadas quando a situação já estava fora de controle.
Na capital paulista, foram 87 mil casos autóctones, ou seja, contraídos dentro do município, com 17 mortes, no primeiro semestre. Cerca de 40% desses doentes viviam na zona norte da cidade, principalmente no bairro da Brasilândia.
Por causa do avanço rápido da contaminação, em abril, o exército começou a trabalhar junto com os agentes da prefeitura. Eles bateram de casa em casa à procura de focos do mosquito – 80% dos criadouros estavam dentro das residências.
A médica sanitarista da secretaria municipal de saúde Brunislawa de Castro disse que o trabalho de porta em porta foi essencial para ajudar no controle da doença.
A prefeitura de São Paulo também montou tendas para atender aos pacientes nos bairros com mais casos. As nove estruturas funcionaram no apoio às unidades básicas de saúde por cerca de dois meses.