Um ato contra a reorganização da rede estadual de ensino reuniu cerca de 4 mil pessoas, segundo a PM (Polícia Militar) – 15 mil, segundo os organizadores – fechou nesta quarta-feira as avenidas Paulista e Nove de Julho e terminou em confronto na praça da República, com black blocs envolvidos em confusões, repressão da polícia e uma pessoa presa.
A manifestação teve participação de representantes de mais de 130 escolas, segundo os organizadores. E não havia apenas gente da capital. “Viemos para apoiar a causa. A nossa escola voltou a funcionar na segunda-feira, mas, se o governo voltar atrás, eles voltam a ocupar”, disse a dona de casa Zilda Rodrigues, do Comitê de Mães e Pais da escola Maria Bezani, de Santa Cruz das Palmeiras, explicando por que viajou 240 km para participar do ato.
Nos cartazes, os manifestantes exigiam: “Suspensão, não! Revogação!”. Uma alusão à suspensão da reorganizção, determinada na última sexta-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que pretende discutir a medida no próximo ano para implementá-la em 2017. Os estudantes querem que ela seja definitivamente cancelada.
A reorganização prevê concentrar alunos nas escolas por ciclos de ensino –anos iniciais e finais do fundamental e prédios só com alunos do ensino médio.
Contra ela, 126 escolas permaneciam ocupadas nesta quarta-feira, segundo a Secretaria de Estado da Educação –no ápice do movimento, o número chegou a 196.
Na Paulista, os estudantes partiram do Masp por volta das 18h em direção à rua da Consolação, ocupando todas as faixas. Depois, votaram pelo outro sentido ao museu e de lá para a avenida Nove de Julho. PMs apenas acompanhavam o movimento.
Mas, quando eles chegaram à sede da Secretaria da Educação, na praça da república, bombas e pedras foram lançadas contra os policiais, que responderam com bombas de gás, por volta das 21h30. Havia pessoas mascaradas como black blocs entre os manifestantes. Houve muito corre-corre e a confusão se generalizou pelo centro. Manifestantes atearam fogo a sacos de lixo na rua da Consolação. A estação República do Metrô chegou a ficar fechada. Uma pessoa foi presa, segundo a polícia.
O nome do presidente do Tribunal de Justiça, José Roberto Nalini, é cogitado para assumir a Secretaria da Educação, vaga desde a última sexta-feira.