O rosto mais conhecido da Operação Lava Jato depois do juiz Sérgio Moro, o agente da Polícia Federal Newton Hidenori Ishii ganhou contornos de celebridade; virou marchinha de carnaval e se transformou em febre na internet. Ouça:
Identificado como o homem que costuma conduzir presos ilustres como José Carlos Bumlai, Marcelo Odebrecht e João Vaccari Neto até a carceragem em Curitiba – o agente da PF protagoniza agora “A Marchinha do Japonês da Federal”, composta por dois amigos campineiros – o advogado Thiago Vasconcelos de Souza e o músico formado pela Unicamp, Daniel Battistoni.
NO episódio que resultou na prisão do senador Delcídio do Amaral, Ishii foi chamado em escutas telefônicas de “japonês bonzinho”. Também foi acusado de vazar as escutas de depoimentos.
Em 2003 chegou a ser expulso da PF por suposto envolvimento em operações de facilitação de contrabando, mas voltou à corporação por decisão judicial.
A música
Numa produção relâmpago, a música de Daniel foi feita em cerca de duas horas depois de receber a letra de Thiago. Logo em seguida foi gravada e no dia seguinte colocada na internet.
Com um refrão forte, carregada de ironia e sarcasmo, a marchinha caiu no gosto popular.
“Aí meu Deus, me dei mal. Bateu à minha porta, o Japonês da Federal!”, diz a letra, numa espécie de preparação sobre o que virá. “Dormia o sono dos justos/ Raiava o dia, eram quase seis/ Escutei um barulhão/ Avistei o camburão/ Abri a porta e o Japonês, então, falou: – Vem pra cá!/ Você ganhou uma viagem ao Paraná!/”, fecha a primeira parte.
O resultado foi surpreendente. Até o meio da tarde de quinta-feira, a música contava com cerca de 200 mil visualizações no YouTube.
A música chegou até Ishii, que se pronunciou via Twitter. “Fico feliz com as manifestações de reconhecimento”, escreveu ele. Daniel, de 30 anos, toca desde os 11 e já tem 17 músicas em parceria com Thiago. Ele tem muita experiência com samba; já chegou a fazer letras para escolas dos grupos de acesso do carnaval paulistano”, conta Daniel. “Mas essa foi a mais rápida”, disse.
Os dois avaliam agora se inscrevem a música no concurso de marchinhas da Fundação Progresso, no Rio de Janeiro para o carnaval do ano que vem.