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No Rio, laboratório prevê necessidade de exame para o vírus zika

A alta incidência do vírus zika deve levar os bancos de sangue a fazer exames para constatar a contaminação antes da chegada do material coletado aos pacientes que necessitam da doação. “Embora a picada do mosquito seja a forma mais importante, a transmissão também pode acontecer por transfusão”, garante André Siqueira, médico e pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).

O laboratório Bio-Manguinhos, da Fiocruz, trabalha no desenvolvimento de um exame similar ao das hepatites B e C e da Aids para a detecção do zika. O Hemorio prevê que, no futuro, a identificação do vírus será importante para evitar o aumento do número de pessoas infectadas. “A tendência é que seja adotada essa medida em escala nacional”, explica Naura Faria, médica chefe do serviço de doação de sangue da instituição.

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Ainda não há previsão para que a medida seja implementada. Embora um tratamento definitivo esteja distante, os estudos avançam para a descoberta de um diagnóstico rápido. Indicam, inclusive, que o teste sorológico que mostraria se a pessoa teve contato recente com o zika, está prestes a ser desenvolvido.

“O vírus fica somente um período pequeno, poucos dias no sangue. Isso dificulta a transmissão por transfusões. A tendência é que os exames aconteçam em regiões no Brasil com maior incidência da doença”, afirma Siqueira.

Preocupação com o doador 

O Hemorio informa que até o momento não há indicadores que comprovem que a queda nos bancos de sangue é decorrente do aumento de casos de dengue, chikungunya ou zika. E que tem adotado medidas preventivas na triagem, em que os profissionais estão treinados para um maior cuidado em relação aos sintomas das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Os voluntários que apresentam sintomas ou foram diagnosticados com as doenças têm que aguardar, no mínimo, 30 dias antes de se candidatar para a doação. 

Descentralização aumenta número de doações

Na comparação com o mesmo período do ano passado, as doações de sangue estão 10% menores. A queda alarma principalmente por conta do aumento da demanda previsto para a época da Olimpíada. Para Naura Faria, a redução tem a ver com a rotina atribulada.

“É um fenômeno observado em todo o país. A diminuição está relacionada com as dificuldades que as pessoas enfrentam para chegar aos hemocentros. Nossa experiência mostra que quando é possível fazer coletas se aproximarem dos doadores, aumentam as doações”, conta.

De acordo com a chefe do serviço no Hemorio, o material sanguíneo das mulheres representa 30% do total coletado nos hemocentros. No entanto, quando as campanhas externas são realizadas, esse número sobe para até 60%. O aumento percentual tem a ver com a jornada tripla feminina: os cuidados com a casa, com a família e a rotina no mercado de trabalho.

Coleta nas universidades

A 9ª edição da campanha Universitário Sangue Bom, que leva as coletas às faculdades do Estado do Rio, chega aos últimos dias. Nesta semana, passa pelos campi da PUC e da Facha. Mais informações no site: bit.ly/1o7cUfs. O Hemorio funciona todos os dias, de 7h às 18h, na rua Frei Caneca, 8, Centro.

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