Os bancários de todo o país iniciaram nesta terça-feira (6) uma greve por tempo indeterminado. No ano passado uma paralisação, também motivada pela campanha salarial, aconteceu entre 6 e 27 de outubro .
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Os sindicatos ainda estão finalizando o primeiro balanço com o número de agências fechadas até agora, mas boa parte das unidades não abriu hoje.
Para seguir a Lei Geral de Greve as entidades garantem que serviços essenciais, como compensação de depósitos, estão mantidos.
Correntistas de Curitiba já reclamam da falta de dinheiro em alguns caixas eletrônicos e, como não conseguem realizar saques em agências, percorrem parte da cidade em busca de equipamentos abastecidos.
Na capital gaúcha a adesão à greve é maior em bancos privados com quase todas as agências fechadas no centro da cidade. Nos bancos públicos de Porto Alegre a mobilização é menor, mas apenas uma parte dos funcionários está trabalhando, o que tem gerado longas filas.
No Distrito Federal praticamente todas as agências amanheceram com cartazes indicando a mobilização e os clientes têm dificuldades para encontrar unidades abertas. No Rio de Janeiro a mobilização é maior no centro da cidade com 120 agências afetadas e longas filas em casas lotéricas.
Em Minas Gerais a categoria estima que pelo menos 55 cidades aderiram a paralisação, incluindo Belo Horizonte, e a expectativa é que todas as agências permaneçam fechadas. No Espírito Santo o primeiro balanço do sindicato será divulgado às 14h00.
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Na Bahia a entidade só vai divulgar um balanço da greve depois de 12h00, mas a adesão é maior no centro das cidades, principalmente de Salvador, enquanto em outros bairros o funcionamento dos bancos é normal. Na Paraíba o sindicato dos bancários afirma que, pelo menos, 80% das agências estão fechadas.
Na região metropolitana de João Pessoa a entidade informou que 100% das unidades estão fechadas. Já no Ceará cerca de 80% das agências bancárias foram afetadas pela greve nacional.
A Federação Nacional dos Bancos orienta os clientes a utilizarem serviços como internet banking, telefone, além de caixas eletrônicos e casas lotéricas. A entidade afirma que continua conversando com os sindicatos de funcionários, mas até agora não houve acordo pelo reajuste salarial.
O que fazer diante da greve?
Diante da greve dos bancários a partir desta terça-feira, os consumidores devem procurar meios alternativos para pagar as contas em dia e evitar problemas futuros. Órgãos de defesa do consumidor alertam que a paralisação não tira a obrigação de quitar os compromissos.
Os pagamentos podem ser feitos por telefone, internet ou nos caixas eletrônicos. Para contas de serviços públicos como água, luz e telefone, outras opções são as lotéricas e estabelecimentos conveniados, como supermercados e lojas.
Se nenhuma desses meios for viável, o consumidor deve entrar em contato com o fornecedor, que é obrigado a oferecer alternativas para que o pagamento seja realizado. Outra opção é questionar se a data de vencimento não pode ser prolongada.
Como a greve não é de responsabilidade do consumidor e nem do fornecedor, não poderão, durante a greve, serem impostas penalidades como multas e juros, caso haja atraso de pagamentos. Ainda assim, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor) recomenda que o consumidor se programe para realizar o pagamento, de preferência, antes do vencimento.
Segundo a Proteste, os bancos devem de garantir aos consumidores a prestação dos serviços essenciais durante a greve. O serviço de compensação bancária, por exemplo, não pode sofrer qualquer paralisação. Portanto, cheques e DOCs devem ter a compensação nos prazos normais estipulados pelo Banco Central.
Os bancários decidiram entrar em greve por tempo indeterminado após rejeitar a proposta de reajuste salarial feita pelas instituições financeiras. O pedido da categoria é de pelo menos 5% de aumento real. Os bancos oferecem reajuste de 6,5% e abono de R$ 3 mil.