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Apoio a Milton Leite na Câmara de São Paulo causa racha no PSDB

Um racha se instalou no PSDB com a decisão dos vereadores do partido de apoiar Milton Leite (DEM) para a presidência da Câmara dos Vereadores, em detrimento do candidato mais votado do partido nas eleições, o presidente municipal do partido, Mario Covas Neto.

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A decisão foi tomada em reunião na última terça-feira, da qual Covas Neto não participou. Ao saber do resultado, ele soltou nota dizendo que não vai apoiar a decisão dos colegas e que isso “quebra uma tradição de que a maior bancada eleja o presidente do Legislativo”.

De fato, essa tradição tem sido respeitada nos últimos mandatos e normalmente o vereador mais votado do partido com mais cadeiras é o mais cotado para a presidência – que foi o caso de Covas Neto. Ele tinha inclusive demonstrado interesse no cargo.

Milton Leite, que se colocou como candidato do governo, foi importante na campanha de Doria, tendo percorrido bairros na zona sul, onde tem força eleitoral, com o tucano. O vereador afirma que, além do DEM e do PSDB, já tem o apoio de parlamentares do PR, do PSD, do PMDB e de outras quatro siglas.

Mas, além do protesto do preterido Covas Neto, o Diretório Estadual do PSDB também soltou nota dura contra a decisão.

Assinada pelo presidente estadual da legenda, Pedro Tobias, a nota chama de “lamentável” o fato de a bancada tucana ter decidido “abrir mão do seu papel de liderança” na escolha  do futuro presidente do Legislativo. O texto afirma que, como fez a maior bancada, o PSDB deveria eleger um dos seus como presidente da Casa. A nota termina se solidarizando com Covas Neto e diz que “espera que a bancada do PSDB reconsidere seu papel nesta discussão”.

Durante o anúncio de novos secretários municipais nesta quinta-feira, o vereador tucano Gilson Barreto negou que haja um racha no PSDB local. “Não existe racha, existem posicionamentos diferentes, o partido é grande.” Barreto também disse que Doria não teve interferência na escolha de Leite, embora esse se coloque como candidato do governo. 

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Titular da educação não garante meta na creche

Anunciado nesta quinta-feira como futuro secretário da Educação, Alexandre Schneider, 47 anos, não garantiu que a promessa de campanha do prefeito João Doria (PSDB), de zerar a fila de vagas em creches na cidade em um ano, será cumprida no prazo.

“Se eu puder zerar em um ano será em um ano, se for possível em dois anos, será em dois”, disse ele durante a entrevista em que foi oficializado como titular da pasta que já ocupou na gestão de Gilberto Kassab.

Schneider disse genericamente que sua pasta vai gerar “o maior número de vagas possível, dentro do Orçamento da prefeitura”. Ele declarou que a prioridade será dada a convênios com OSs (organizações sociais), porque “a criança não pode esperar a gente construir novos prédios”. Schneider disse que haverá uma agência para fiscalizar a qualidade dos prédios, da gestão e do atendimento das creches conveniadas.

O aumento de vagas via OSs também foi priorizado pela atual gestão, de Fernando Haddad (PT). Atualmente, a estimativa é que cerca de 100 mil crianças estejam à espera de uma vaga em creches em São Paulo.

Durante sua campanha, Doria afirmou que a fila estaria zerada em um ano. Logo depois de sua eleição, o prefeito repetiu que seria possível fazê-lo nesse prazo.

Ressaltando que sabia não ser a primeira opção de Doria para a área – o prefeito eleito convidou o educador Mozart Ramos, que está no Instituto Ayrton Senna, mas ele recusou –, Schneider justificou as evasivas sobre datas e números dizendo que ainda não teve tempo hábil de se inteirar da situação, do plano de governo e do Orçamento. 

‘Celebridades’ vão presidir conselhos

Se alguns nomes dos futuros secretários municipais são conhecidos do público, as verdadeiras “celebridades”, por assim dizer, são os presidentes de conselhos de gestão de algumas secretarias.

Responsáveis por “pensar” soluções para cada área e “aconselhar” os secretários, os conselhos terão sete integrantes, que não vão receber nenhuma remuneração.

Na Cultura, por exemplo, José Bonifácio de Andrada Sobrinho, o Boni, executivo por décadas da Globo, vai presidir o órgão. Ele era o preferido de Doria para o cargo titular, mas alegou que não conseguiria se mudar do Rio para São Paulo.

O educador Mozart Ramos, primeira opção para a Educação, estará à frente do conselho da pasta.

Famoso nacionalmente depois de implantar as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em comunidades do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame vai presidir o conselho da Secretaria da Segurança Urbana.

O ex-ministro da Justiça José Carlos Dias estará à frente do órgão assessor da pasta da Justiça e o atual secretário estadual da Saúde, David Uip, vai chefiar o conselho que vai assessorar seu atual adjunto e futuro titular  da área em âmbito municipal,  Wilson Pollara.  

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