As petições de inquérito feitas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda mantidas sob sigilo pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), incluem suspeitas envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado cassado Eduardo Cunha.
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A informação é do jornal «O Estado de S. Paulo», que ainda diz que os pedidos em segredo também atingem outros nomes de destaque do PT e do PMDB, como os ex-ministros Antonio Palocci e Henrique Eduardo Alves e o senador Edison Lobão.
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Baseados nas delações de ex e atuais executivos da Odebrecht, os casos são mantidos em sigilo porque, segundo a PGR, sua divulgação poderia prejudicar as investigações. De acordo com o «Estadão», a petição referente a Lula diz respeito às operações da empreiteira no porto de Mariel, em Cuba, e a contratos em Angola entre a construtora e a Exergia, empresa de Taiguara Rodrigues, sobrinho da primeira esposa do ex-presidente.
Essa companhia foi subcontratada para atuar em obras da Odebrecht no país africano entre 2011 e 2014, mas, segundo delatores, o objetivo seria atender a um pedido de Lula, que já é réu por corrupção passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa em uma investigação sobre as ações da empreiteira em Angola.
Em outro caso sigiloso, o ex-presidente da construtora Marcelo Odebrecht delatou que Lula e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, também do PT, agiram para viabilizar a participação da empresa na construção do Porto de Mariel.
Cunha
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Ainda de acordo com o jornal, a Odebrecht entregou informações sobre pagamento de quantias via caixa dois em três campanhas no Brasil, incluindo R$ 2 milhões pedidos por Cunha para a candidatura de Alves ao governo do Rio Grande do Norte em 2014.
Também teriam sido beneficiados pela empreiteira o senador peemedebista Valdir Raupp, com R$ 500 mil, e o deputado estadual paulista Luiz Fernando Teixeira (PT), que teria recebido R$ 300 mil.
Exterior
No caso de Palocci, a petição refere-se a supostas solicitações que o ex-ministro teria feito à Odebrecht para campanhas presidenciais no Peru (de Ollanta Humala) e em El Salvador (de Mauricio Funes).
Na última terça-feira (18), o marqueteiro João Santana já havia dito ao juiz federal Sérgio Moro que só fizera a campanha de Funes, que seria eleito presidente, após um pedido de Lula. A candidatura teria usado recursos de caixa dois da Odebrecht.
Uma tabela de propinas da empreiteira indica que os pagamentos totalizaram R$ 5,3 milhões. O acordo, segundo Santana, também teria sido mediado por Palocci. «Isso foi em 2009, quando fizemos a campanha presidencial em El Salvador do então candidato e depois eleito Mauricio Funes. Foi campanha que fizemos a pedido do presidente Lula», contou o marqueteiro.