A cada dois dias, pelo menos um morador do Rio de Janeiro é atingido por uma bala perdida.
Só neste ano já são mais de 100 vítimas, segundo levantamento da BandNews FM, sendo 25% menores de idade.
Até a primeira semana de julho de 2017, 23 pessoas com menos de 18 anos foram atingidas por balas perdidas, com 10 mortos. Entre as vítimas fatais, 3 tinham menos de 12 anos.
No mesmo período do ano passado, foram 17 crianças e jovens atingidos, com oito mortos.Isso representa um aumento de 35% no número de menores de idade feridos por balas perdidas, entre 2016 e 2017, enquanto o índice de mortes cresceu 25%.
Só neste mês, uma criança de 10 anos foi morta por uma bala perdida, outra ficou ferida e um bebê, o pequeno Arthur, foi baleado dentro da barriga da mãe.
Em entrevista à BandNews FM, Clébson Cosme, pai do recém-nascido, disse que aposta na fé para ver o filho voltar a andar.
Arthur continua internado, está paraplégico, mas tem chances de recuperar o movimento das pernas. A rotina da violência nas favelas do Rio é uma realidade também nas escolas: dos 100 dias letivos até agora, em apenas 7 um colégio não foi fechado por risco de bala perdida.
Até a primeira semana de julho de 2017, 382 unidades da rede municipal tiveram que fechar, pelo menos uma vez, devido aos confrontos, afetando mais de 128 mil alunos.
Os professores já recebem orientações de como proceder durante confrontos perto das escolas: a estratégia é levar os alunos para os corredores, ficar abaixo da linha das janelas, e tentar acalmar os estudantes.