A queda da taxa Selic para o patamar de um dígito é uma boa sinalização para a retomada futura dos negócios imobiliários, de acordo com avaliação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto. Essa recuperação, entretanto, está prevista apenas para o próximo ano.
«Em função da inflação reduzida, ainda há espaço para novas quedas da taxa de juros, o que deverá aumentar a atratividade das aplicações na caderneta de poupança. Isto trará mais recursos ao crédito imobiliário, aquecendo este mercado em 2018», afirmou Romeu Ferraz, em nota distribuída à imprensa.
Entretanto, o presidente do SindusCon-SP observou que um crescimento mais sustentado da indústria da construção dependerá de outras variáveis. Na sua avaliação, os investidores continuam retraídos, de modo que é preciso descolar o desempenho da economia da crise política.
«Isto requer manutenção de maioria parlamentar no Congresso, maior racionalização dos gastos públicos, aprovação da reforma previdenciária e continuidade das concessões e parcerias público-privadas, entre outras medidas», afirmou.
O presidente do sindicato patronal ainda criticou a possibilidade de novos aumentos de impostos, sob a justificativa de que isso poderia elevar a inflação e retardar a queda dos juros. «Uma maior arrecadação precisa vir do crescimento da economia. O aumento da carga tributária vai na contramão deste crescimento porque inibe o consumo e a capacidade de investimento das empresas.»