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São Paulo tem pelo menos 67 obras paradas em áreas como saúde e educação

Letícia Valente - BandNews FM

58 obras na área da educação como CEUs centros de educação infantil estão paralisadas há pelo menos oito meses desde a gestão do governo Fernando Haddad. Já na pasta da Saúde, as construções do hospital da Brasilândia na zona Norte e outras três unidades básicas estão suspensas. O levantamento da secretaria de serviços e obras foi obtido com exclusividade pela BandNews FM, que ainda informou sobre outros cinco projetos parados, entre eles o prolongamento da nova radial Leste e a construção de um piscinão.

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Segundo a secretaria, a canalização do córrego dos Freitas, na zona sul, está suspensa por problemas de remoção de famílias, além da falta de recursos. A dona de uma padaria na região, Kelly Dias, reclama da omissão dos órgãos públicos e relata o drama dos moradores:

«Eu tenho até uma funcionária que perdeu um filho em uma das enchentes. É tudo bem alagado. Os carros não conseguem passar, nem ônibus. E fica aquele lixo todo. As pessoas perdem tudo». […] Nunca vi ninguém vir aqui (tentar arrumar o córrego)».

Paloma Silva mora na margem do córrego e conta que em abril a prefeitura realizou uma obra na rua Flor do Natal, que passa por cima da água, mas apenas refez o asfalto e criou um muro de contenção.

«Ela estava praticamente caída. Metade da rua era rua e a outra metade era buraco. Eles vieram e fizeram isso daí. Não está bem feito. Deveriam ter feito tudo. Esse muro mesmo eles não fizeram. Foi o meu marido que fez. […] Era uma ponte, eles jogaram concreto por cima. Ela estava caindo a ponte. Estava perigoso».

Na zona norte da capital paulista, o hospital da Brasilândia está sendo construído desde 2015. As obras estão paralisadas desde o fim do ano passado e até agora não foram retomadas. A Secretaria de Saúde afirma que está revisando o projeto e que a previsão é que a construção volte nas próximas semanas. No entanto, os moradores da região não esperam que o hospital fique pronto logo.

«Os que vem ai são os funcionários da obra mesmo, geralmente um ou dois, e o pessoal da segurança. Sempre eles estão falando que a obra vai voltar em alguma data e ai chega a data e não volta. Seria bom um hospital do lado e que funcionasse. Eles prometeram que esse ano iam entregar o hospital, mas nem terminaram a obra ainda, como é que vai funcionar?»

Segundo a secretaria de Fazenda, apenas 18% dos 5 bilhões e meio de reais para investimentos neste ano seram aplicados, ou seja, 1 bilhão de reais. Por isso, 63 obras devem continuar paradas até o fim de 2017. Até julho, a prefeitura gastou 410 milhões de reais em projetos da cidade.

 

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