O bispo diocesano de Santo André, dom Pedro Carlos Cipollini, assina artigo nesta semana em que denuncia casos de vandalismo contra símbolos sagrados da Igreja Católica em paróquias no ABC.
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De acordo com o líder religioso, as sacristias estão sendo invadidas e muitos objetos utilizados nas missas acabam destruídos. Apesar da violência, dom Pedro diz que nada de valor é levado. “Estão sendo profanados os sacrários das igrejas. Assaltam de noite, arrombam as portas, vão direto ao sacrário, que tem a porta arrebentada, as hóstias espalhadas e os objetos de culto danificados. Nada é roubado. A intenção parece ser agredir, destruir os sinais sagrados da presença de Jesus na Santíssima Eucaristia”, afirma o bispo no texto. O sacrário é onde ficam guardadas as hóstias, consideradas símbolo do corpo de Cristo no catolicismo.
Em entrevista ao Metro Jornal na tarde de ontem, dom Pedro afirmou que neste ano foram registrados quatro casos de vandalismo em igrejas católicas da região. O mais recente aconteceu na quinta-feira passada, na Paróquia Senhor Bom Jesus, em Piraporinha, Diadema. Imagens divulgadas pela igreja nas redes sociais mostram portas quebradas e objetos religiosos no chão. O templo precisou ficar um dia fechado após o ato, intitulado de “profanação do sacrário” pela comunidade católica. A reabertura ocorreu no dia seguinte com missa de desagravo celebrada pelo bispo dom Pedro.
“Graças a Deus, não levaram nada. Mas fica esse sentimento de angústia no nosso coração e ficam os porquês. Mas peço que não sintam raiva nem revolta. O momento é de crescermos ainda mais como comunidade, como paróquia e como igreja”, disse o pároco da igreja, Dayvid da Silva, em vídeo postado no Facebook da paróquia e que até ontem alcançava 38 mil visualizações.
De acordo com a Diocese de Santo André, os outros casos de vandalismo foram registrados na igreja São Joaquim, em Rio Grande da Serra, e nas paróquias Guadalupe, no parque Miami, e Nossa Senhora do Bom Parto, na Vila Clarice, ambas em Santo André.
Na invasão no Bom Parto, os vândalos teriam levado apenas uma caixa de som. “Não faz sentido destruírem a sacristia e deixarem um cálice dourado, por exemplo. Não sei o que se passa na cabeça dessas pessoas. Elas estão destruindo o sacrário, que é um dos símbolos mais sagrados para nós”, disse dom Pedro ao Metro Jornal.
O bispo afirma que os casos podem indicar intolerância contra a religião católica. “A gente pode ser levado a pensar nisso. Se não leva objeto e não é roubo, a ação é apenas para agredir.”
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As paróquias não registraram boletim de ocorrência dos casos de vandalismo. Por conta disto, a Secretaria de Segurança Pública disse à reportagem que não há como investigar os episódios.
Dom Pedro afirma não ter esperança de que os vândalos sejam punidos com o registro dos casos nas delegacias. “O sentimento de impunidade é grande. No passado a gente até fazia (boletim). Mas observamos depois que não se chega a nada”, afirmou.
