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Hipertensão é mais difícil de ser contida entre negros, diz pesquisa

Professora Tânia Alves, hipertensa luciano claudino/código 19

A hipertensão é uma doença que vem sendo mais persistente entre os negros do que os brancos. É o que diz uma pesquisa desenvolvida pelo cardiologista Wilson Nadruz Júnior, professor da Faculdade de Ciências Médicas, da Unicamp, junto com pesquisadores da Harvard Medical School (EUA).

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“Após algumas avaliações, constatamos que os negros tendem a apresentar níveis de pressão arterial mais altos e têm maior dificuldade para controlar esse problema. Uma explicação para essa situação pode estar no fator genético”, disse o docente.

A investigação foi feita com base em um estudo norte-americano que, desde 1987, tem registrado informações sobre características clínicas, exames, medidas de pressão e eventuais intercorrências cardiovasculares, de uma população formada por 15 mil habitantes. No caso da pesquisa conduzida pelo docente da Unicamp, foram considerados os dados registrados pelo levantamento entre 1990 e 2010.

Ainda que o estudo tenha sido desenvolvido com base nas informações extraídas dos Estados Unidos, Nadruz estima que a situação aqui no Brasil seja parecida ou até mesmo um pouco pior.

A professora Tânia Alves, por exemplo, é hipertensa. “Minha pressão chegava a subir todos os dias e tinha problema até na hora de dormir. Mas, felizmente, agora estou medicada”, diz ela.

Tânia conta que por curiosidade já havia pesquisado sobre essa diferença de etnias com relação a níveis de pressão arterial e comenta que, na sua situação, a doença veio de família. “Um dos motivos que contribuiu para o falecimento da minha mãe foi um AVC   (Acidente Vascular Cerebral) que ela teve em função da hipertensão. Além dela, tenho um irmão mais velho que também é hipertenso”.

Pesquisa

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O objetivo inicial era analisar se as contribuições dos cinco principais fatores de risco para a ocorrência do AVC , como hipertensão, tabagismo, diabetes, colesterol alto e obesidade, haviam mudado com o decorrer do tempo. Embora a hipertensão continue sendo o principal causador, constatou-se uma tendência de queda ano a ano, de forma geral.

De acordo com Wilson Nadruz, uma maneira mais eficaz de enfrentar esses problemas de saúde pública é reforçar as medidas preventivas.

“Temos que conscientizar as pessoas de levarem uma vida mais saudável. Isso inclui a prática de exercícios físicos frequentemente, a adoção de uma alimentação mais saudável e o abandono do tabagismo”.

Mas o professor da Unicamp faz uma ressalva. “A população negra não precisa entrar em pânico. A hipertensão é uma doença totalmente controlável. Talvez o que precise ser feito é um tratamento mais intensivo”, concluiu.

AVC

Segundo o Ministério da Saúde, o AVC causa seis milhões de mortes anuais, sendo a segunda principal causa de óbitos no Brasil e a principal causa de incapacidade no mundo.                                    

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