Uma mudança no sistema de atendimento feita sem a devida antecedência provocou prejuízos aos passageiros do Sistema PAI – Serviço que oferece transporte a pessoas com restrição severa de mobilidade em Campinas.
O modelo de atendimento presencial foi substituído por um sistema eletrônico e dezenas de pessoas nesta segunda-feira ficaram sem conseguir agendar o transporte. A mudança foi comunicada na sexta-feira por meio de uma nota publicada no site oficial da Emdec e entrou em vigor ontem cedo, mas muitos usuários não chegaram a ser informados.
“O mínimo que eles tinham de fazer era avisar. Isso é uma enorme falta de respeito”, diz a bailarina Raquel Firmino, presidente do CEI (Centro Educacional Integrado) – que atende a crianças com deficiências múltiplas e que tem dois filhos cadeirantes, usuários do PAI.
Segundo ela, ontem não se conseguiu fazer qualquer tipo de agendamento. O PAI – Serviços atende 2.791 usuários ativos. Destes, 2,4 mil usam cadeira de rodas. O serviço recebe subsídio de R$ 1 milhão por mês. Os agendamentos devem ser feitos com 48 horas de antecedência.
A estudante de Direito Joyce Aparecida Lino Almeida disse que vai perder aulas nos três primeiros dias da semana. “Liguei no sábado e não consegui marcar. Hoje (segunda-feira) também não consegui. Perdi as aulas”, reclamou ela, que sofre de tetraplegia espática – um tipo de paralisia cerebral que afeta o corpo.
A mudança do sistema afetou todos os demais atendimentos – que passarão a serem feitos por meio eletrônico. Isso vai passar a valer para informações sobre linhas e itinerários de ônibus, comunicados sobre infrações de trânsito ou reclamações.
Por meio de nota, a Emdec informou que o serviço eletrônico será mantido e que no final da manhã o sistema já estava com funcionamento normal e que os agendamento haviam sido retomados integralmente.