Em vários pontos do Rio de Janeiro, a sensação foi de medo na quinta-feira (26). De acordo com o aplicativo OTT (Onde Tem Tiroteio), foram registradas 25 trocas de tiros no Rio – a média diária de 2017 foi 16.
Só na Rocinha, na zona sul, houve oito. Foi o recorde para a comunidade desde a criação do sistema, em 2016.
O soldado da Polícia Militar (PM) Tiago Chaves, baleado durante o confronto armado morreu durante a noite. Ele foi o décimo policial militar assassinado neste ano. Um morador foi atingido durante a operação e foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, bairro vizinho à favela.
Quatro suspeitos foram presos, sendo que três estão hospitalizados com ferimentos. Sete fuzis, cinco pistolas e uma granada foram apreendidos.
Foto: Ricardo Moraes / Reuters Foto: Ricardo Moraes / Reuters Foto: Ricardo Moraes / Reuters Ricardo Moraes / Reuters Foto: Ricardo Moraes / Reuters Foto: Ricardo Moraes / Reuters Ricardo Moraes / Reuters
Policiais também estiveram no Pavão-Pavãozinho, na mesma região, e na Cidade de Deus, na zona oeste. As forças de segurança estaduais explicaram que a mobilização das tropas havia sido programada com antecedência e tinha como meta apreender armas e enfraquecer o Comando Vermelho.
Mas houve resistência. Até a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha foi alvejada pelos bandidos. No fim da tarde, cerca de 50 mototaxistas fizeram uma manifestação na avenida Niemeyer, na zona sul. Com a chegada do policiamento, houve troca de tiros.
Pouco depois, um ônibus foi incendiado próximo ao Vidigal. Uma moto e um trecho da ciclovia Tim Maia também ficaram em chamas. A fumaça podia ser vista da orla e despertou a atenção de turistas que aproveitam o verão na capital fluminense. O Corpo de Bombeiros foi chamado para o local e conteve o fogo.
O trânsito na via foi interrompido e causou transtornos na volta para casa. Somente por volta das 20h o tráfego foi liberado. Chegaram a circular mensagens nas redes sociais com ameaças de invasão à 11a DP (Rocinha). A Polícia Civil afirma que a intimidação era apenas um boato. Contudo, foi montado um perímetro de segurança preventivo na área.
Na quarta-feira, uma operação foi realizada na Cidade de Deus para desarticular a mesma facção. As atividades da Polícia Militar na Rocinha continuarão por tempo indeterminado. No ano passado, a comunidade chegou a ser ocupada pelas Forças Armadas após confrontos entre criminosos pelo comando do tráfico de drogas.