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As pessoas estão cada vez mais solitárias? Confira este e outros 4 mitos sobre a solidão

Em algum momento de nossas vidas, vamos nos sentir solitários.

Trata-se de um sentimento que vem recebendo cada vez mais atenção nos dias de hoje. A tal ponto que o Reino Unido decidiu criar um Ministério da Solidão, encarregado de atuar com outros órgãos do governo para enfrentar o problema.

O assunto é muito importante, mas cercado de mitos. Confira abaixo alguns deles.

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1. Solidão e isolamento são a mesma coisa

Sentir-se solitário não é o mesmo que estar sozinho. A solidão é uma sensação de desconexão. É a sensação de que você não é compreendido por ninguém em seu entorno e que você não possui as relações significativas de que você gostaria.

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O isolamento pode ser, sim, um fator para a solidão, mas não é o único.

Você pode se sentir solitário em uma multidão, assim como você pode se sentir perfeitamente feliz, ou até mesmo aliviado, ao passar algum tempo sozinho.

Às vezes queremos estar sozinhos. Mas se não podemos escolher passar um tempo com pessoas que nos entendem, aí sim sentimos o impacto da solidão.

2. Há uma epidemia de solidão no mundo

A solidão vem, sem dúvida, ganhando cada vez mais espaço como tópico de discussão em nosso cotidiano, mas isso não significa que uma maior porcentagem de pessoas se sente sozinha agora em comparação com alguns anos atrás.

Com base em estudos realizados em 1948, a professora Christina Victor, da Universidade Brunel, no Reino Unido, mostrou que a proporção de pessoas idosas que sofre de solidão crônica permaneceu estável por 70 anos, com 6% a 13% dizendo se sentir solitárias todo o tempo – ou na maior parte dele.

Mas é verdade que o número real de pessoas solitárias está aumentando, simplesmente porque há mais pessoas no mundo.

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3. A solidão é sempre ruim

A solidão dói. Mas a boa notícia é que muitas vezes ela é temporária – e não deve ser vista como algo totalmente negativo. Em vez disso, pode ser um indício para procurarmos novos amigos ou encontrar uma maneira de melhorar nossos relacionamentos já existentes.

O neurocientista social John Cacioppo argumenta que evoluímos para experimentar a solidão de forma a podermos manter nossas ligações com outras pessoas.

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Ele usa a sede como exemplo. Se você está com sede, procura água. Se você se sente solitário, procura outras pessoas.

Durante muitos milhares de anos, os seres humanos permaneceram em segurança ao viver em grupos cooperativos. Por isso, faz sentido ter um mecanismo de sobrevivência que nos leve a nos relacionar uns com os outros.

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Mas embora a solidão geralmente seja temporária, é verdade que, quando se torna crônica, suas consequências podem ser graves.

Há evidências claras de que ela pode diminuir o nosso bem-estar, afetar a qualidade do nosso sono e levar à tristeza.

Também pode gerar um círculo vicioso no qual as pessoas se sentem tão solitárias que se afastam de situações sociais, o que, por sua vez, as faz se sentirem cada vez mais solitárias.

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Pesquisas mostram que se uma pessoa se sente solitária, o risco de ela sofrer depressão um ano depois é bem alto.

4. A solidão prejudica a saúde

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Essa relação é um pouco complicada.

Muitas vezes, você se depara com estatísticas sobre o efeito que a solidão pode ter em nossa saúde. Pesquisas realizadas recentemente descobriram que a solidão pode aumentar o risco de doença cardíaca e derrame cerebral em quase um terço e que pessoas solitárias têm maior pressão arterial e uma menor expectativa de vida.

Trata-se de consequências graves, mas muitos estudos são transversais (também conhecidos como estudos de prevalência). Isso quer dizer que eles registram um retrato do tempo e, dessa forma, não temos como garantir que conhecemos totalmente as causas do problema.

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É possível, portanto, que pessoas solitárias e infelizes tenham maior probabilidade de ficarem doentes. Mas também pode acontecer ao contrário. As pessoas podem se sentir solitárias porque já têm uma saúde precária, o que acaba impedindo sua socialização.

Há também uma terceira hipótese: pessoas solitárias podem aparecer nas estatísticas como sendo menos saudáveis porque sua solidão lhes roubou a motivação de cuidar da própria saúde. Além disso, esses fatores nem sempre ocorrem separadamente; pode haver uma combinação entre eles, também.

5. A maioria das pessoas idosas é solitária

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A solidão é mais comum na velhice do que em outras fases da vida, mas ao pesquisar sobre solidão, a professora Pamela Qualter, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, encontrou também um pico na adolescência.

Por outro lado, estudos mostram que 50% a 60% das pessoas mais velhas geralmente não se sentem solitárias.

  1. Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future
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