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Preço do combustível tem alta após a greve

Preço do litro de etanol e gasolina em postos do ABC segue alto mesmo após normalização

Etanol antes da greve custava, em média, R$ 2,57 Alessandro Valle/ ABCDigipress

Se os 10 dias de greve dos caminhoneiros forçaram o governo federal a baixar o preço do óleo diesel, por outro lado, o valor de outros combustíveis muito usados por motoristas, como gasolina e etanol, registraram altas no ABC após o fim da paralisação dos transportadores de carga.

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O protesto dos profissionais do setor teve início no último dia 21. Até o dia 19, a pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural de Bio Combustível) mostrava que os postos de Santo André, São Bernardo e São Caetano cobravam, em média, R$ 4 pelo litro da gasolina e R$ 2,57 no etanol.

O Metro Jornal percorreu aproximadamente 10 revendedores de combustíveis na segunda-feira e não encontrou gasolina por menos de R$ 4,40 e etanol abaixo de R$ 2,79. Na maioria dos pontos visitados, o preço praticado era de R$ 4,49 na gasolina e R$ 2,89 no etanol.

O presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados Petróleo) ABC, Wagner de Souza, diz ter notado que, de fato, alguns estabelecimentos subiram os valores durante a greve e os mantiveram altos mesmo após o fim da paralisação dos caminhoneiros.

“Cada um põe o preço que quer, é um regra do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), mas também respondem por aquilo que praticam. Alguns empresários do setor se comportaram mal nesta greve, arrancando preço das placas, subindo o valor e mantendo depois. Por isso, tem que ver quem aumentou. Se houve alta absurda, tem que denunciar”, comenta.

Ele orienta os motoristas a consultarem os preços no site da ANP (anp.gov.br) para saber se o posto onde abastece está cobrando valor elevado ou não pelo combustível.

Segundo Souza, a normalização do serviço desde o fim de semana deve fazer com que os preços voltem ao que eram praticados antes do protesto dos condutores de carga. “O movimento já está fraco, voltou a funcionar normalmente. Daí entra novamente a competitividade. Quem aumentou e tentou dar uma de esperto durante a greve, vai ter que reduzir para não perder o mercado”, afirmou o presidente do Regran ABC.

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Equipes do Procon fazem fiscalização

Fiscais do Procon identificaram 1.429 postos do estado de São Paulo cobrando valores abusivos em  combustíveis desde o início da greve dos caminhoneiros. O número equivale a mais de 16% do total de 8.700 postos no estado.

Segundo a ANP, a fiscalização dessas práticas foi reforçada a partir do dia 25 de maio. A medida pretende evitar que os postos elevem muito o valor dos combustíveis, aproveitando a escassez provocada pela greve dos caminhoneiros. O Procon registrou mais de 4 mil reclamações sobre o assunto.

A agência explica ainda que, como não existe um preço tabelado, a fiscalização dos valores abusivos é feita em cima de aumentos sem justificativa.

Além dos postos que estão com preços mais altos, alguns não estão aplicando o desconto de R$ 0,46 no diesel concedido pelo governo federal. 

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