O Ministério da Saúde lançou a campanha nacional de vacinação para tentar barrar a circulação dos vírus do sarampo e da poliomielite (paralisia infantil), que se tornaram motivo de preocupação recente da área. A campanha convoca todas as crianças de 1 ano até 4 anos e 11 meses para se imunizarem. Mesmo as que têm a vacinação em dia devem ser levadas para tomar uma dose de reforço.
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O governo espera vacinar pelo menos 95% do público-alvo, de 11,2 milhões de crianças. Em São Paulo, onde a campanha começa neste sábado, a meta é de imunizar 2,2 milhões. A poliomielite é apenas uma ameaça devido à queda da cobertura vacinal no país (em 2011 era 101,3% – foram vacinadas mais crianças do que o público-alvo –, caiu para 84,4% em 2016 e chegou a 78,4% ano passado).
O sarampo, porém, é um problema concreto: já foram confirmados 822 casos da doença, 791 deles (96,23%) em Roraima e Amazonas, que vivem surtos e anteciparam a campanha. “A ideia é criarmos uma barreira sanitária, uma imunidade de grupo. Rapidamente poderemos garantir que, mesmo que os vírus da pólio e sarampo entrem no país, não encontrem uma fonte de infecção”, explicou a coordenadora de imunizações do ministério, Carla Domingues.
Além de Roraima e Amazonas, outros cinco estados tiveram casos de sarampo: Rondônia, Pará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul (devido ao contato com doentes em Roraima e Amazonas), além de São Paulo (pelo contato com um turista do Líbano).
Para o ministério, as coberturas vacinais caíram recentemente por razões como a falsa sensação, na população, de que não era mais preciso tomar as doses; devido ao sucesso da imunização nos últimos anos, e à circulação de “fake news”, que abalam a confiança na segurança e na eficácia das vacinas. “É a cobertura vacinal elevada que faz a doença desaparecer. E é por isso que devemos continuar vacinando nossos filhos, para manter essas doenças longe do Brasil”, afirmou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.