A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal e o MPF (Ministério Público Federal), realiza nesta sexta-feira (31) mais uma fase da operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Os agentes cumprem 20 mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária.
Entre os alvos estão o ex-secretário de Saúde do Estado Sérgio Cortês, que atuou no governo de Sérgio Cabral, e os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita. Os três já foram presos neste ano, mas foram soltos pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A operação, nomeada «S.O.S.», tem como objetivo aprofundar a investigação sobre as fraudes ocorridas na Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro com a contratação da Organização Social Pró-Saúde, que administrou diversos hospitais do Estado desde 2013.
Segundo o MPF, Iskin influenciava o orçamento e liberação de recursos pela pasta, indicando empresas e fornecendo documentações fraudadas. Em troca, ele cobrava 10% do valor dos contratos, que eram distribuídos entre Estellita e Cortês. O Ministério estima que o prejuízo aos cofres públicos foi de cerca de R$ 74 milhões.
Os contratos com o Rio de Janeiro já representaram 50% do faturamento da Organização Social Pró-Saúde, sediada em São Paulo. Seu faturamento saltou de R$ 750 milhões em 2013 para R$ 1,5 bilhão em 2015.
Outro ex-secretário da Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antonio Teixeira, foi intimado para prestar esclarecimentos. A investigação busca esclarecer se, mesmo afastado do governo, o político usou sua influência para contribuir com o esquema criminoso.
A ação policial também determinou o congelamento de R$ 149,3 milhões dos investigados e empresas envolvidas.