Manifestações de ódio contra esquerdistas e negros protagonizadas por apoiadores do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) estão preocupando instituições de ensino superior de São Paulo.
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A USP (Universidade de São Paulo) e a Universidade Presbiteriana Mackenzie apuram as punições para alunos que aparecem em fotos e vídeos incitando a violência.
O Mackenzie anunciou ontem que suspendeu temporariamente e avalia tomar outras medidas contra um estudante do curso do direito que postou vídeos em que aparece vestindo camiseta com a imagem de Bolsonaro e afirmando estar armado e “louco para matar vagabundo com camiseta vermelha” e que a “negraiada vai morrer”.
Estudantes da universidade protestaram ontem e exigiram a expulsão do aluno. O escritório de advocacia onde ele estagiava o demitiu. Tanto o Mackenzie como o escritório repudiaram as declarações.
A USP avalia também punir quatro jovens que aparecem em uma foto feita na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) ao lado de revólveres e de placas onde se lê: “Está com medo, petista safada?” e “A nova era está chegando”.
Há na imagem também uma bandeira associada aos movimentos de supremacia branca nos EUA e a inscrição B17, em alusão a Bolsonaro.
A FEA afirmou que a imagem envolve alunos do curso de administração. Uma sindicância foi aberta e, se resultar em processo, pode levar a punições que vão da retratação até expulsão.
Em nota de repúdio, a FEA afirmou que trabalha para manter a paz e o debate plural na faculdade.