O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou ontem que o Ministério do Trabalho será absorvido por alguma outra pasta. O anúncio provocou protestos de nomes da oposição e do próprio ministério, que afirmou em nota que o “futuro do trabalho e suas múltiplas e complexas relações precisam de um ambiente institucional adequado.”
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Bolsonaro fez a declaração após encontro com o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha. “Vai ser incorporado a algum ministério”, disse o futuro presidente, sem detalhar qual seria.
O número de ministérios em 2019 deve, no entanto, ficar acima dos 15 ou 16 projetados pela equipe de transição. Inicialmente programada para ficar no superministério da Justiça que será comandado por Sérgio Moro, o ministério da Transparência e CGU (Controladoria-Geral da União) pode manter a autonomia. É o que Bolsonaro admitiu ontem.
“Não é pela governabilidade, é para que a gente possa apresentar resultado. Talvez tenhamos que manter a CGU com status de ministério”, disse.
Encontro com Temer
Bolsonaro começou o dia em um café da manhã com altos oficiais da Aeronáutica, incluindo o comandante, brigadeiro Nivaldo Rossato.
Em seguida o presidente eleito encontrou Noronha, presidente do STJ, e também o ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal). Bolsonaro afirmou que consultará Toffoli “muitas vezes” antes de tomar decisões.
À tarde, o futuro presidente esteve no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), na capital federal, onde está instalada a equipe de transição, e em seguida encontrou o presidente Michel Temer (MDB) no Palácio do Planalto.
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Temer afirmou, em entrevista coletiva, que convidou Bolsonaro para acompanhá-lo na próxima reunião do G20 (que reúne as 20 maiores economias do mundo), ou a outras viagens internacionais. O G20 será no fim do mês, na Argentina.
No fim do dia, Bolsonaro se reuniu com o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), além do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-SP) e a deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP), aliados do tucano.