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Prefeitura de São Paulo quer cremar ossadas sem identificação de cemitério na zona leste

Reprodução/Rádio Bandeirantes

A Prefeitura de São Paulo quer cremar ossadas do Cemitério da Quarta Parada, mesmo sem saber quem eram as pessoas sepultadas. Na tarde desta quinta-feira (23), restos mortais foram retirados de um setor do cemitério e levados para uma sala para serem catalogados.

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No entanto, a falta de documentação está impedindo, por exemplo, que o Serviço Funerário Municipal saiba quantos ossadas seriam cremadas. O pedido de autorização chegou à Justiça, mas foi negado justamente por causa da inconsistência na documentação.

Foi dado um prazo de 120 dias para a prefeitura reunir novas informações e registros que deverão ser mais uma vez encaminhados à Justiça. A promotora do caso, Eliana Vendramini, diz que o munícipio precisa explicar a origem dos corpos e por que não estão registrados. Ela não descarta que algumas das ossadas sejam de pessoas mortas durante o regime militar.

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A realocação chamou atenção de quem estava no cemitério da Quarta Parada, ontem, como flagrou a reportagem da Rádio Bandeirantes. A Promotoria afirma que a prefeitura informou que faria essa movimentação, mas a forma como os ossos estavam guardados é inadequada, alerta Eliana Vendramini.

A nossa reportagem teve acesso à sala pra onde foram os ossos e observou que os sacos estavam empilhados, podendo prejudicar o trabalho de identificação. O coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, padre Júlio Lancelotti, critica a realocação da forma como foi feita. Segundo ele, além do armazenamento em local impróprio, é preciso identificar cada uma das ossadas.

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Em nota, a prefeitura de São Paulo diz que no “cemitério da Quarta Parada não tem corpos da época da ditadura, pois não há uma quadra geral e todos os túmulos são de concessionários”. As ossadas, ainda de acordo com o texto, “são provenientes de túmulos que foram abandonados pelas famílias e retornaram à Prefeitura.”

“O material citado está sendo transportado para um setor da mesma unidade, onde será catalogado, por orientação do Ministério Público”, conclui a nota da prefeitura. O cemitério da Quarta Parada, fica no Tatuapé, na zona leste, e é o sétimo maior da capital paulista.

Setor do cemitério em que as ossadas foram retiradas.

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