O novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, indicou que os juros para a classe média financiar imóveis podem subir. Segundo o executivo, que tomou posse ontem, a capacidade para captação de recursos do FGTS e da poupança para financiamento imobiliário chegou ao limite. Questionado sobre se os custos do financiamento à casa própria serão elevados, ele respondeu que “depende”.
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“Classe média tem que pagar mais. Ou vai buscar no Santander, no Bradesco, no Itaú. Na Caixa, vai pagar juro maior que Minha Casa Minha Vida, certamente, e vai ser juro que vai ser de mercado. A Caixa vai respeitar acima de tudo mercado. Lei da oferta e da demanda.”
Segundo Guimarães, o juro não vai subir para o programa habitacional. “Juro de Minha Casa Minha Vida é para quem é pobre”, disse.
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Atualmente, o programa atende a famílias com renda mensal até R$ 1,8 mil na faixa 1, em que não há incidência de juros, e o subsídio pode chegar a 90% do valor do imóvel. A faixa 1,5, para renda de até R$ 2.600, tem juros de 5% ao ano, e a 2 (R$ 4 mil), de 6% a 7% ao ano. Na faixa 3, contudo, a renda familiar pode ser de até R$ 9 mil, e os juros cobrados são de 8,16% ao ano
Guimarães também afirmou que o banco pode fazer até três aberturas de capital de unidades neste ano, com a área de seguridade sendo a mais adiantada. Ele mencionou como alvos de abertura, além de seguridade, as áreas de cartões, operações de loterias e gestão de fundos.
Os recursos levantados nas operações ajudarão a Caixa a pagar à União uma dívida de R$ 40 bilhões. “Eu tenho quatro anos para fazer esse pagamento e o farei”, disse.
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Bancos públicos terão novo olhar, diz Guedes
Durante a posse dos novos presidentes dos bancos públicos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a máquina de crédito do estado brasileiro sofreu um desvirtuamento nos últimos anos. Segundo ele, os escolhidos terão um “olhar novo” para a gestão das instituições.
Guedes apontou que o mercado de crédito foi estatizado e recebeu intervenções que foram danosas, citando empréstimos “estranhos” do BNDES que favoreceram empresas amigas. “Quando o crédito é estatizado sobra menos para o resto do Brasil e aí os juros são absurdos”, afirmou.
O ministro disse ainda que a Caixa foi vítima de “saques e assaltos” e prometeu abrir a “caixa preta” dos bancos públicos, citada diversas vezes por Bolsonaro.