O presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à TV Record na noite de quarta-feira que decidirá nesta quinta qual será a proposta de reforma da Previdência que seu governo enviará ao Congresso Nacional.
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O presidente disse ainda que a grande dúvida em torno da proposta é sobre a idade mínima, e não quis adiantar o que decidirá sobre este tema antes de conversar com a equipe econômica liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Na tarde de amanhã (quinta) eu estarei batendo o martelo na reforma que será encaminhada ao Parlamento. A grande dúvida na idade foi se passaria para 62 ou 65, os homens, e para mulher, 57 ou 60. Isso será decidido amanhã”, disse Bolsonaro na entrevista, dada no hospital Albert Einstein antes de receber alta na quarta.
“Eu gostaria de não fazer reforma nenhuma da Previdência, mas somos obrigados a fazê-la, porque caso contrário o Brasil quebrará em 2022 ou 2023”, acrescentou o presidente, que disse que as propostas de mudanças previdenciárias para militares, policiais e bombeiros serão feitas em um “segundo tempo”.
Bolsonaro também disse que determinou que a Polícia Federal investigue denúncias de que seu partido, o PSL, repassou dinheiro público para candidatos de fachada na eleição do ano passado e garantiu que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que presidiu o partido durante o processo eleitoral, deixará o cargo se estiver envolvido.
“Já determinei à Polícia Federal que abra inquérito e investigue este caso”, disse Bolsonaro ao ser indagado sobre as denúncias, garantindo que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, tem “carta branca para apurar” as acusações.
“Se estiver envolvido e logicamente responsabilizado, lamentavelmente o destino (de Bebianno) não pode ser outro a não ser voltar às suas origens”, acrescentou.
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Após seu filho, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, dizer que Bebianno mentiu ao afirmar que tinha conversado com o presidente sobre as denúncias, Bolsonaro disse que não tratou do caso com seu ministro da Secretaria-Geral e classificou de “mentira” qualquer afirmação em contrário.
“Em nenhum momento eu conversei com ele”, garantiu o presidente.
Em entrevista à GloboNews na quarta, Bebianno, apontado até então como um dos aliados mais próximos do presidente, disse que não pretende pedir demissão do cargo e que aguarda uma decisão de Bolsonaro sobre seu futuro no posto.