Expulso do Paraguai por ordem do presidente Mario Abdo Benitez, o brasileiro apontado como líder da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), Thiago Ximenez, o ‘Matrix’, cruzou a linha de fronteira com o Brasil na tarde desta segunda-feira, 11, sob a escolta da Polícia Federal brasileira. A entrega do traficante brasileiro aconteceu no aeroporto internacional Guarani, em Ciudad del Este, na fronteira entre os dois países. O traficante foi levado para sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu e seria transferido para uma penitenciária federal.
Ximenez foi recapturado pela polícia paraguaia na última sexta-feira, 8, após um cerco no distrito de Villa Ygatimí, departamento de Canindeyú. na região da fronteira. Ele havia fugido de uma penitenciária em Assunção, em dezembro de 2018, na companhia de Reinaldo de Araújo, também integrante do PCC. Araújo foi morto em operação das forças paraguaias três dias antes da prisão de seu chefe.
‘Matrix’ era procurado pela polícia brasileira, suspeito de participar do assalto a uma agência bancária, em Foz do Iguaçu, em 2014. Na época, ele conseguiu fugir da Polícia Federal atravessando o Rio Paraná e se escondendo no Paraguai. No país vizinho, foi condenado a 20 anos pelo assalto a uma transportadora de valores e a 13 pelo sequestro de uma comerciante. O brasileiro chegou a cumprir pena por crimes na Argentina, tendo fugido de uma penitenciária daquele país em 2013.
Extorsão
Quatro policiais paraguaios foram presos nesta segunda-feira, 11, em Villa Ygatimí, acusados de pedir propina a familiares de ‘Matrix’ para facilitar uma possível fuga. Outros policiais supostamente envolvidos foram afastados. Os presos foram levados para o Grupamento Especializado, a mesma prisão de Assunção de onde Ximenez havia fugido. O ministro do Interior, Juan Ernesto Villamayor, confirmou as prisões e a troca da cúpula do comissariado de Villa Ygatimí, após a divulgação de áudios em que dois suboficiais paraguaios pedem dinheiro a um primo de Thiago Ximenez.