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Crediário e boletos são alternativas a juros altos do cartão

A família Belisario já começa arrumar as malas para viajar para Natal (RN) em julho. Como o valor da viagem superava o limite do cartão de crédito, o casal só conseguiu fechar o passeio porque a agência de turismo que fechou o pacote parcelou as passagens aéreas e a hospedagem no carnê.

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“A agência falou que não precisava de nada: ‘pode fazer no seu nome no boleto em cinco, seis, em até dez vezes’. Aí eu fiz em cinco vezes”, disse a babá Claudia Marques Belisario, que fará com o marido e filhos a primeira viagem de avião.

Esse movimento feito pela família Belisario foi captado por uma pesquisa do Multicrédito que ouviu 120 mil consumidores de todo o Brasil. Em 2018, houve um aumento de 54% no uso de carnês e boletos para pagar contas, uma alternativa para quem compra, mas também para quem vende.

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Segundo Flavio Peralta, vice-presidente do Multicrédito, muitos consumidores passaram a utilizar o crediário para escapar dos altos juros do cartão de crédito, de em média 12,7% ao mês.

Além disso, com a crise, os bancos reduziram a concessão de empréstimos e isso obrigou parte do comércio a financiar a compra dos clientes, mesmo daquele com restrição do nome, por meio de carnês e boletos com taxas mais baixas, de em média 5,4% ao mês.

“Ele traz um consumidor sem depender do mercado financeiro. Também trata a fidelização do consumidor, que volta à loja para pagar os carnês e o lojista consegue vender para ele de novo”, disse Peralta.

O repositor Fernando Soares também recorreu ao carnê para conseguir parcelar os R$ 2 mil gastos para comprar dois celulares para a família. “Paguei em 20 vezes os celulares no carnezinho. Já tenho restrição no nome, às vezes não passa na loja”, afirmou.

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