Desde que a barragem da Mina de Gongo Soco entrou em alerta máximo para o risco de rompimento e as sirenes foram acionadas na noite da última sexta-feira, a população de Barão de Cocais, na região Central do estado, vive em permanente estado de preocupação. Se a estrutura vai romper ainda não se sabe, mas hoje, por precaução, os moradores da cidade passarão por um treinamento da Defesa Civil, onde serão instruídos a deixarem as áreas consideradas de alto risco.
O treinamento, segundo a Defesa Civil, vai simular uma situação de emergência para a população que vive perto do leito do Rio Santa Bárbara em ao menos 11 bairros. Eles deverão se dirigir para os locais de encontro indicados em um mapa produzido pelo órgão (veja mais na infografia).
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Para que ninguém seja prejudicado em função do simulado, a prefeitura do município decretou feriado na cidade. “Nenhuma atividade acontecerá na cidade, como comércio, escola, de forma que todos possam participar”, explicou o tenente coronel da Defesa Civil, Flávio Godinho. Em uma previsão feita pela Defesa Civil, a lama levaria uma hora e 12 minutos para chegar ao ponto onde haverá o simulado de hoje.
A mineradora Vale, responsável pela Mina de Gongo Soco, informou que o simulado está marcado para às 16h, com expectativa de duração de 30 a 40 minutos. A previsão é de que o treinamento tenha a participação de aproximadamente 6 mil moradores que residem em cerca de 3 mil imóveis na área de risco.
Outras áreas atingidas
Não é só Barão de Cocais que corre o risco de ser atingida pela lama. Segundo análise da Defesa Civil, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo também estão na rota do desastre. O tempo para que a lama atinja o primeiro município é de 3h06 minutos, enquanto em São Gonçalo, os rejeitos chegariam seis horas após o rompimento.
Assim como em Barão de Cocais, as duas cidades passarão por simulados de rompimento da barragem. Na pior das hipóteses, 6.054 pessoas em Barão de Cocais deverão ser evacuadas. Mas se somados os moradores das três cidades, o total de pessoas a serem evacuadas é de 9,8 mil.
Entenda o que aconteceu
A elevação do grau de risco da barragem da Mina de Congo Soco, segundo a Vale, ocorreu de forma preventiva e foi estabelecida após um auditor independente apontar as condições instáveis da barragem.
Por conta disso, a Agência Nacional de Mineração decidiu elevar o nível de segurança da barragem de 2 para 3 – grau de alerta máximo. Foi quando a mineradora acionou as sirenes no município pela segunda vez em pouco mais de um mês.