O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta terça-feira que as obras de reforma e restauração do Museu Paulista, o popular Museu do Ipiranga, zona sul, serão iniciadas no próximo dia 2 de maio.
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O espaço, que está fechado desde 2013 por conta de problemas estruturais, deve ser reaberto só em setembro de 2022 para as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil.
As obras serão iniciadas sem que o estado tenha todo o dinheiro necessário para tocar o projeto – estimado em R$ 160 milhões e que deverá ser custeado inteiramente com recursos da iniciativa privada, via Lei Rouanet.
O governo havia captado até aqui só uma cota de patrocínio, no valor de R$ 12 milhões (da EDP, empresa do setor elétrico), e anunciou ontem que obteve mais duas cotas (da Sabesp e do Itaú).
“Os R$ 36 milhões são suficientes para o início das obras e a operação dos primeiros seis meses. Não há necessidade de esperar por todas as cotas. Vamos agora buscar os demais patrocinadores”, afirmou Doria, ressaltando que já foi procurado por outras duas empresas.
O governador contou que falou há 40 dias sobre o projeto com Jair Bolsonaro (PSL) e que precisou “convencê-lo” da utilidade da Lei Rouanet.
Alvo de críticas do presidente, a lei permite que os empresários invistam em projetos culturais e descontem parte do valor dos impostos que devem ao governo.
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“O presidente tinha dúvidas em relação à manutenção da lei. Eu pude expor para ele com calma e ele ouviu de forma cuidadosa. Eu disse que não tínhamos como obter R$ 160 milhões do Orçamento do estado ou do governo federal, mas que com a lei obteríamos os recursos junto ao setor privado.”
Público triplicado
O plano de cotas para obtenção dos patrocínios foi lançado ontem durante evento com empresários no Palácio dos Bandeirantes, em que também foi apresentado o novo projeto do museu.
Além do prédio, das fontes e do jardim recuperados, o novo Ipiranga terá entrada pelo subterrâneo (com elevador e escada rolante), espaços para exposição, mirante, auditório e café. O número de visitantes anuais deve passar de 300 mil para 900 mil.
O Metro Jornal mostrou semana passada que em paralelo às obras, a USP (Universidade de São Paulo), administradora do museu, e o governo do estado discutem alterar o modelo de gestão.