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Apartamento no Chile onde família morreu não passava por vistoria há 15 anos

Da esquerda para a direita: Felipe, Débora, Fabiano e Caroline Reprodução

A última vistoria realizada no apartamento em que uma família brasileira morreu em Santiago, no Chile, foi feita há 15 anos. Nesta quarta-feira, 22, quatro adultos e dois adolescentes que passavam férias na capital chilena foram encontrados mortos dentro do imóvel no centro de Santiago. Autoridades suspeitam de que houve inalação de monóxido de carbono.

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Um selo vermelho emitido pela Superintendência de Electricidade e Combustíveis, e colado no compartimento de gás do apartamento 63, comprova que a última vez que a residência teve as suas instalações inspecionadas foi antes de 2003. O modelo do selo, segundo o órgão, era o que vigorava antes desse ano.

A cor vermelha sinaliza que, na época, havia algum problema no imóvel e que ele oferecia riscos. Por isso, seriam necessários reparos urgentes. Segundo a SEC, esses problemas poderiam ser diversos. Um dos mais comuns até hoje é a pouca ventilação. Não se sabe ao certo qual era a falha do apartamento, localizado no sexto andar de um prédio na Rua Santo Domingo, no bairro Bellas Artes.

De acordo com o órgão, que investiga o caso, a cada dois anos deve ser feita uma inspeção obrigatória na tubulação de gás e o responsável por fazê-la é o proprietário do imóvel.

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O edifício onde os seis brasileiros estavam hospedados tem mais de 50 anos. Com três apartamentos por andar, o prédio está situado no bairro Bellas Artes, local procurado por turistas do mundo todo por ser próximo de pontos turísticos importantes, como o Cerro San Cristóbal, o Cerro Santa Lucía. A região conta com várias lojas, restaurantes e estações de metrô. O apartamento foi alugado por meio de uma plataforma online de aluguéis, o Airbnb.

Na quarta-feira, 22, a família começou a sentir-se mal e acionou familiares falando frases desconexas. O consulado foi comunicado e a polícia foi até o local, mas já encontrou a família morta. Foram localizados os corpos de Débora Muniz Nascimento, de 38 anos; do marido dela, Fabiano de Souza, de 41; dos filhos do casal Karoliny, de 14, e Felipe, de 13; do irmão de Débora, Jonathas Nascimento, de 30; e da mulher de Jonathas, Adriane Kruger.

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Mensagens de áudio enviadas para a família mostram o desespero de Débora. «Eu vou morrer. Vou perder tudo na minha vida, meu filho, minha mãe e o Jô. Não consigo mais, minhas articulações também estão parando e ficando roxas.»

Segundo parentes, os brasileiros pretendiam adiantar o retorno porque tinham recebido a notícia de que Iete Nascimento, mãe de Débora e do irmão, Jonathas, havia morrido horas antes. Iete estava internada por causa de um câncer e morreu na madrugada de quarta. O incidente com gás aconteceu à tarde.

No primeiro áudio, enviado à irmã Raquel, Débora pede ajuda para o filho, Felipe, que passa mal. Ela chora e pergunta se colocá-lo em uma banheira com água quente poderia reanimá-lo. «Eu não sei o que fazer», afirma. Em outra gravação, ela descreve que os demais estão apresentando os mesmos sintomas, como fraqueza e vômito. «Acho que nós todos estamos contaminados por um vírus (…). Não sei o que vai ser de nós.»

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