A desconfiança das autoridades europeias em relação aos contêineres vindos de navios carregados na Colômbia, Equador, Peru e Venezuela fez com que os portos do Brasil se tornassem uma alternativa para o tráfico internacional de drogas.
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Neste ano, quase 20 toneladas de entorpecentes foram aprendidas nos portos brasileiros, segundo os dados mais recentes da Polícia Federal. Mais da metade desse número foi interceptada no Porto de Santos, no litoral paulista, o principal responsável pelo comércio exterior do Brasil.
Além de cães farejadores, lanchas de patrulha e uma central de vigilância, a Receita Federal passou a fazer, desde 2016, o escaneamento de raio-X obrigatório em todas as cargas que saem do terminal paulista em direção à Europa. A ação resultou em 10 vezes mais apreensões de cloridrato de cocaína, substância que pode ser vendida por cerca de R$ 130 mil o quilo no destino final.
Em entrevista à rádio BandNews FM, o auditor-fiscal da Equipe de Repressão da Alfândega de Santos, Oswaldo Dias Júnior, explica que, apesar de toda a experiência da fiscalização, os criminosos têm elaborado novas táticas para vencer as operações.
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Quase toda a cocaína apreendida é colocada nos contêineres em um sistema chamado rip-on/rip-off, que significa que a droga é escondida em produtos legalizados, sem o conhecimento do exportador brasileiro ou do importador estrangeiro.
Para o analista em segurança e ex-coordenador de inteligência do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), Guaracy Mingardi, o crescimento no número de apreensões pode estar relacionado ao aumento do tráfico ou da eficiência na fiscalização.
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O ex-investigador e cientista político faz uma ressalva: em geral, as operações atingem apenas os criminosos que estão na ponta da cadeia e é necessário investigar todo o esquema.
A Equipe de Repressão da Alfândega de Santos acredita que o número de apreensões ao longo de 2019 deve ser no mínimo um terço maior do que a quantidade total encontrada no ano passado.