Motoristas mulheres da Uber agora poderão escolher por atender apenas passageiras. O aplicativo de viagens compartilhadas anunciou nesta quinta-feira (24) a plataforma Elas na Direção, que começa a operar a partir de novembro em Campinas (interior de São Paulo), Curitiba e Fortaleza. A iniciativa é inédita no mundo e visa expandir para outras cidades do Brasil em 2020.
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A ferramenta permite escolher o gênero da passageira a ser atendida e poderá ser ativada e desativada a qualquer momento e vai contemplar tanto mulheres que já dirigem usando o aplicativo como aquelas que ainda não se cadastraram.
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Segundo a Uber, a ideia é «incentivar que mais mulheres assumam a direção das suas vidas e tenham novas alternativas de renda, conquistando seus objetivos e sua independência pessoal e financeira, como motoristas parceiras.»
O objetivo é tentar diminuir a desigualdade entre homens e mulheres no mercado. Apesar de representarem 52,4% da população em idade de trabalhar, as mulheres respondem por apenas 45,6% do nível de ocupação no país, enquanto os homens são 64,3%, de acordo com o dados do IBGE.
“Ao analisarmos as questões de gênero, verificamos que a mulher tem impactos na sua taxa de sucesso devido, por exemplo, ao tempo disponível para trabalhar e conciliar as funções em casa e com a família, que continuam sendo de sua responsabilidade. Ter uma fonte de renda em que as horas trabalhadas são definidas pela própria mulher, como no caso de ser motorista parceira da Uber, favorece sua independência financeira”, comenta Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, parceira da Uber no projeto.
«Na Uber, acreditamos que cada viagem gera uma oportunidade econômica. Mas, analisando a base de motoristas cadastrados na plataforma, vimos que existe uma grande diferença entre o número de homens e mulheres que, de fato, aproveitam essa oportunidade para gerar renda. No Brasil, as mulheres correspondem a apenas 6% de toda a base de motoristas parceiros que utilizam a nossa plataforma. E os motivos são os mais diversos, desde a falta de conhecimento sobre o que é preciso para se cadastrar, passando pela falta de visibilidade sobre os ganhos potenciais e até os desafios de segurança que a nossa sociedade impõe», explica Claudia Woods, diretora geral da Uber no Brasil.
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Identidade de gênero
Entre as novidades da plataforma, está a ferramenta U-Elas, que permite que mulheres motoristas parceiras tenham a opção de receber somente chamadas de passageiras mulheres. A função começa a ser testada nas cidades-piloto em novembro e deve ser expandida para outras cidades brasileiras ainda em 2020.
«Para se sentirem mais à vontade, as motoristas agora podem optar por levar apenas usuárias que se identificam como mulheres, sejam cis ou trans. A ferramenta U-Elas pode ser ligada a qualquer momento e estará disponível exclusivamente para parceiras mulheres. Esperamos que esse seja um primeiro passo para que, no futuro, tenhamos um número suficiente de mulheres dirigindo com a plataforma para também oferecer essa opção para usuárias mulheres com a mesma eficiência que é marca registrada da Uber», afirma Claudia.
Incentivo a mais
Para dar uma força a mulheres que querem se tornar motoristas parceiras, mas não têm veículo próprio, a Uber e a Localiza Hertz fecharam uma parceria para que a locadora ofereça condições exclusivas nas três cidades-piloto do projeto: às mulheres que se cadastraram na Uber, mas que nunca realizaram uma viagem, a Localiza oferecerá acesso ao aluguel de um carro com um preço inferior ao valor regular da categoria. Para facilitar ainda mais o acesso ao produto, pela primeira vez, não será exigido um cartão de crédito desse público para efetuar o aluguel.
De acordo com Tatiana Rocha, gerente de Marca da Localiza Hertz, a locadora conhece bem a jornada de seus clientes e cria soluções para melhorar a experiência de seus diferentes públicos — e os motoristas parceiros de aplicativo são parte importante desse universo. «Com o projeto Elas na Direção, uma iniciativa fundamental para o fomento do empreendedorismo na vida das mulheres, esperamos atingir o mesmo sucesso que temos atingido em outras iniciativas firmadas recentemente com a Uber e que se tornaram case mundial para as duas empresas», diz a gerente.
Elas na Direção vai contar também com uma plataforma educativa que oferecerá cursos on-line sobre empoderamento pessoal e econômico, desenvolvidos em parceria com a Iniciativas Empreendedoras, a Rede Mulher Empreendedora e a economista Gabriela Mendes, fundadora da NoFront – Empoderamento Financeiro.
A plataforma ainda vai oferecer uma Rede de Apoio com especialistas mulheres fazendo atendimento presencial, de mulher para mulher, nos Espaços Uber das cidades-piloto do projeto. Por fim, serão realizados encontros presenciais, em parceria com a Rede Mulher Empreendedora e com as atuais motoristas parceiras do app, com conteúdos sobre empoderamento pessoal e oportunidades de ganhos.
«Queremos fazer parte da vida de milhares de mulheres brasileiras que estão em busca da sonhada independência financeira. A plataforma Elas na Direção foi desenvolvida com todo carinho e cuidado para oferecer as ferramentas que essas mulheres precisam para alcançar esse sonho», destaca Claudia.