Há 50 anos era morto Carlos Marighella, o «inimigo número um» da ditadura militar. Considerado guerrilheiro por uns e terrorista por outros, o comunista marxista-leninista foi o principal nome entre os que fizeram resistência ao regime, sendo morto por militares no dia 4 de novembro de 1969.
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Neste ano, seu legado voltou a travar discussões graças ao filme «Marighella», dirigido por Wagner Moura. A cinebiografia tinha previsão de estreia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, mas foi adiado após problemas com a Ancine (Agência Nacional do Cinema).
Marighella nasceu em Salvador no dia 5 de dezembro de 1911 e era de uma família pobre. Filho de um imigrante italiano, que trabalhava como operário, e uma mulher baiana filha de escravos africanos, tinha seis irmãos.
Na década de 1930, ele largou o curso de Engenharia Civil para militar pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro). Foi preso por quatro vezes, sendo a primeira por escrever um poema com críticas ao interventor Juracy Magalhães.
Outras duas prisões ocorreram na era Vargas, sendo uma delas por seis anos, em que chegou a ser torturado – um ano depois ele seria eleito deputado federal. A última foi no início na ditadura militar, em 1964, quando ele foi baleado, ponto inicial da trama do filme.
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Ao deixar a prisão no ano seguinte, por decisão judicial, se dedicou à luta armada contra a ditadura. Foi expulso do PCB em 1969 e fundou a ALN (Ação Libertadora Nacional), que se envolveu no sequestro de um embaixador norte-americano.
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Após o AI-5, os órgão de repressão aumentaram a caçada ao guerrilheiro, que sofreu uma emboscada por agentes do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) no dia 4 de novembro de 1969. Ele foi baleado e morto.
O filme Marighella é a estreia de Wagner Moura como diretor e conta no elenco, além de Seu Jorge, com Bruno Gagliasso, Humberto Carrão e Adriana Esteves.