Elas querem jaleco, tubos de ensaio e mais espaço para mostrar que têm capacidade para fazer ciência. Um grupo de 50 meninas entre 12 e 14 anos ganharam os laboratórios da UFABC (Universidade Federal do ABC) em projeto que quer incentivar mais mulheres a serem cientistas. Pela grande procura em apenas um mês de inscrições, as garotas do ABC já mostraram ter grande interesse pelo tema. As 50 vagas foram disputadas por 2 mil interessadas. A federal precisou sortear as selecionadas, reservando metade das vagas para escolas públicas e metade para particular.
O curso Menina Ciência – Ciência Menina foi oferecido pela primeira vez há dois anos no Museu Nacional, no Rio. Dividido em cinco encontros aos sábados, ele traz palestras de cientistas que contam sobre seus estudos e dificuldades de serem mulher na profissão. As meninas têm oportunidade também de participar de aulas práticas. “Elas acham um máximo as experiências. Constroem luminárias, motores, observaram fósseis”, conta a coordenadora do curso, a professora de física Maria Inês Ribas Rodrigues.
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Ela acredita que a presença ainda baixa de mulheres nas ciências está relacionada a tabus culturais. “Esta é uma questão em debate também em outras partes do mundo. Apenas três mulheres venceram o Nobel de física até hoje. Por conta de questões sociais, as famílias não incentivam as meninas a seguirem nesta carreira.”
Maria Inês diz que há intenção de realizar novas edições do curso, que termina em 30 de novembro. “Tem demanda para isso. Recebemos muitos e-mails e ligações durante as inscrições. Essas meninas da primeira edição vão atuar como multiplicadoras desse conhecimento agora. Isso vai incentivando os pais a motivarem as meninas na carreira cientifica”, afirma a professora.