Uma força-tarefa, com participação do governo federal e de órgãos de saúde do estado e do município, foi criada para vasculhar estabelecimentos comerciais e casas do Buritis, na região Oeste da capital, em busca de respostas para uma doença desconhecida. Até quinta-feira (9), oito casos estavam sendo investigados com uma morte confirmada. A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) pediu calma à população e afirmou que os casos são pontuais.
Os membros da força-tarefa investigam o que poderia ter causado a proliferação da “doença misteriosa” que assola pessoas que moram ou frequentaram o bairro. Na última quarta-feira, a pasta confirmou o registro de mais dois pacientes, ambos homens de 56 e 64 anos, que foram diagnosticados com a enfermidade. Entre as suspeitas, está a de que as vítimas tenham contraído uma espécie de intoxicação.
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Os exames laboratoriais, feitos nas pessoas com suspeita de quadro parecido, estão sendo analisados pela Funed (Fundação Ezequiel Dias), que ainda não tem resultados conclusivos. Das oito vítimas que registraram a doença até agora, seis residem em Belo Horizonte, uma em Nova Lima, na Região Metropolitana; e outra, que faleceu, residia em Ubá, na Zona da Mata, e estava internada em Juiz de Fora. Todos são homens, com idades entre 23 e 76 anos. Segundo a SES, a evolução dos sintomas é rápida, com insuficiência renal e alterações neurológicas.
A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte também está investigando o caso, por meio da Vigilância Sanitária. Os fiscais coletaram alimentos e demais produtos consumidos pelos pacientes e visitaram locais onde os materiais foram comprados.
A Polícia Civil abriu na quinta inquérito para investigar o caso. Um laudo identificou a presença de substância tóxica em duas cervejas da marca Belorizontina encontradas nas casas de pacientes internados. Trata-se do dietilenoglicol, usado em serpentinas em processo de refrigeração. A polícia disse que a análise é preliminar e que não há como confirmar a responsabilidade da empresa.
A cervejaria Backer, responsável pelo produto, afirmou que irá retirar de circulação os dois lotes com suspeita de contaminação pelo solvente. “Essa substância não faz parte do processo de produção da cerveja”, afirmou a empresa. “A Cervejaria Backer continua à disposição das autoridades para auxiliar no que for necessário até a conclusão das investigações.”