Depois de passar cinco dias perdida na Floresta Amazônica e outros cinco internada em um hospital no município de Santana, a 24 quilômetros de Macapá (AP), Ana Vitória Soares, de 4 anos, retornou na quarta-feira, 8, para sua casa na comunidade ribeirinha Maniva. O local fica em uma das ilhas da cidade de Afuá, na divisa entre o Amapá e o Pará.
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A família já estava quase sem esperanças de localizar a criança com vida. «Até o caixãozinho dela já estava pronto», disse a prima Érica Silva, de 36 anos. Em 29 de dezembro, último domingo de 2019, Ana Vitória brincava no quintal de casa com uma irmã de 8 anos. Era fim de tarde quando desapareceu. Ao chamar pela filha, a mãe, Rosilete de Souza, não a encontrou.
Desesperada, Rosilete conseguiu contato com uma sobrinha de Santana, e esta pediu ajuda ao Corpo de Bombeiros. A família temia que Ana Vitória tivesse se afogado em um rio. Nos dias seguintes, os bombeiros iniciaram as buscas no curso d’água, mas não encontraram a menina.
Érica contou que Rosilete teve uma intuição e foi procurá-la no mato. Ela entrou na floresta e viu o que acreditou serem os rastros da filha. «Ela voltou para casa e contou para todo mundo Todos pegaram lanternas e foram para a mata», afirmou a prima. Nada encontraram.
Segundo Érica, uma mulher evangélica chamou o irmão dela, Nelson Silva, também de 36 anos, e disse para ele entrar na mata separado do grupo, rezando, e que, assim, a encontraria. E Silva realmente a localizou.
A menina estava sentada embaixo de um buritizeiro. Silva, que trabalha como piloto de pequenas embarcações, disse que Ana Vitória estava confusa e perguntava sem parar pelo pai. Ela foi encontrada a cerca de dois quilômetros de sua casa.
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Emoção
«Ao chegar em casa, com a menina no colo, todo mundo se emocionou e chorou de alegria. Ninguém acreditava que ela estivesse viva», disse Érica. Desidratada e com ferimentos nos pés e picadas de mosquito pelo corpo, Ana Vitória foi levada para um hospital e, na terça-feira, 7, recebeu alta.
A criança não soube contar para a família como se perdeu, mas disse que sentiu muito «medinho», se alimentava de frutas, como taperebá e buriti, e bebia água de um igarapé.
«Para nós, o ano novo não começou no dia 1.º. Só começou quando Ana Vitória foi encontrada e foi uma vitória para nós», afirmou Érica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.