Manifestações de agentes por reajustes salariais e melhores condições de trabalho podem colocar em risco o serviço de segurança pública em pleno feriado prolongado de Carnaval em três estados.
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No Ceará, parte dos policiais militares cruzou os braços e tem tentado paralisar o serviço no estado impedindo a abertura de batalhões e inviabilizando a saída dos carros e motos.
Os atos têm sido realizados por grupos com homens encapuzados, identificados pelo governo como sendo de policiais. Ao menos 300 deles estão sendo alvos de inquéritos por participação nos motins. Foi em um desses motins que o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado na quarta-feira quando tentou invadir um batalhão.
O estado recebeu ontem reforço de cerca de 500 agentes da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, que permanecerão pelos próximos 30 dias para auxiliar nas ações de patrulhamento. O governo federal também determinou ontem o envio de tropas das Forças Armadas. O clima ainda é tenso nas ruas.
Na Paraíba, policiais e bombeiros fizeram anteontem paralisação de 12 horas. Um grupo mascarado – que também seria de policiais – esvaziou pneus de viaturas e impediu que equipes fizessem a segurança durante a passagem de bloco de Carnaval.
No Rio de Janeiro, também há uma ameaça. Um grupo de guardas-civis anunciou ontem que fará greve de sábado (22) até terça-feira e que só 30% do efetivo irá às ruas. A Guarda Municipal disse, no entanto, que o grupo não representa a categoria e que não haverá paralisação.
Os casos acenderam o alerta nos estados e no governo federal, que temem que as manifestações ganhem escala – e provoquem mais conflitos violentos.
Em 2017, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que servidores que atuam na segurança pública não têm direito à greve. O ministro Alexandre de Moraes disse ontem que a situação é “inadmissível” e “ilegal”.