Pães, biscoitos e massas em geral podem ficar mais caros a partir deste mês. Segundo a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), o reajuste de preços se deve à escalada do dólar desde o início do ano, que elevou o custo da farinha de trigo.
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“Saímos de um dólar de R$ 4 em janeiro para R$ 5,25, uma valorização de 31%. Das 11 milhões de toneladas de trigo consumidas por ano no Brasil, cerca da metade vem principalmente da Argentina, este ano com 30% de aumento, em média”, ressalta o presidente-executivo da entidade, Claudio Zanão.
A expectativa da indústria é que o repasse seja iniciado a partir deste mês com um reajuste médio de 12%. Segundo a associação, esse aumento, porém, tende a ser gradual, pois não há espaço para elevar os preços de uma só vez para o consumidor final.
Impacto do isolamento
O isolamento social no Brasil imposto pelo novo coronavírus fez as vendas do setor crescerem 15% no período de fevereiro a abril. Segundo associação, as pessoas estão optando por produtos com maior shelf life (tempo de validade de prateleira), praticidade e um bom custo benefício. “Nós crescemos em consumo, mas não podemos comemorar pela situação que estamos enfrentando”, diz Zanão, que prevê um ritmo menor de crescimento até o final do ano, de 3% a 5%.