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Festas, aglomeração e pouco uso de máscaras: o cenário da periferia de SP

Moradores contaram que filas imensas, bailes funk e praças lotadas são frequentemente vistas nas regiões

Fachada do Hospital Estadual de Sapopemba Reprodução/Google Maps

Na zona leste da capital paulista, onde estão concentrados os bairros com mais mortes por covid-19, há também festas, aglomerações e falta do uso de máscaras. Moradores contaram que filas imensas, bailes funk e praças lotadas são frequentemente vistas nas regiões. Os hospitais dos distritos de Sapopemba e Cidade Tiradentes estão com a ocupação dos leitos entre 95 e 100%.

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A periferia lidera o ranking de óbitos na cidade de São Paulo. Sapopemba está em primeiro, com 51 mortes e 241 casos, segundo a última atualização da Prefeitura. O bairro tem 248 mil moradores, 21% dessas pessoas estão em favelas, e existe menos de um leito hospitalar para cada mil habitantes, de acordo com dados da Rede Nossa São Paulo.

Sapopemba tem um hospital, que está quase completamente lotado por pacientes contaminados por coronavírus. A estudante Monique Cristina, de 18 anos, moradora, afirma que a despreocupação com a doença é nítida nas ruas do bairro. “Eu vejo poucas pessoas usando máscara por aqui. A despreocupação é grande, tem baile, festa, filas grandes, aglomeração. Parece férias”.

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O distrito de Cidade Tiradentes está logo atrás de Sapopemba no número de mortes por covid-19: são 37 óbitos e 148 casos. O hospital do bairro está com 100% dos leitos ocupados. Quem precisar de ajuda emergencial precisa ir até o bairro vizinho Guaianases ou Itaquera.

Em toda a cidade de São Paulo, a menor expectativa de vida está na Cidade Tiradentes, a média é de 57 anos, 23 a menos que Moema, na zona sul. Muito atingido pelo coronavírus, o bairro também enfrenta aglomerações constantes, conta a moradora Sara da Silva, artesã de 28 anos. “As pessoas não estão levando a sério. Tudo está super lotado. Ninguém usa máscara”

O projeto MeAjude entrega máscaras, álcool em gel e outros produtos de limpeza aos moradores de baixa renda da zona leste. Paulinho Cavalcante, diretor do movimento, afirma que é difícil conscientizar as pessoas dos bairros pobres sobre os problemas do coronavírus:

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“Infelizmente, o favelado é acostumado com a desgraça social. Pra ele, o coronavírus é só mais um problema, ele não se assusta e não vê necessidade de se prevenir. Junte isso a falta de água e outros problemas de saneamento, a prevenção fica ainda mais difícil.”, disse.

A Prefeitura de São Paulo afirma que designou carros de som nos bairros de periferia para tentar conscientizar as pessoas a tomar cuidado com o vírus. Mas, os moradores de Sapopemba e Cidade Tiradentes afirmam que não viram esses veículos em nenhum momento, desde o começo da pandemia.

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