O contribuinte brasileiro trabalhou até o último dia 30 de maio somente para pagar os tributos (impostos, taxas e contribuições) exigidos pelos governos federal, estadual e municipal. Ao todo são 151 dias somente pagando tributos. Isso significa dizer que a tributação, em relação à renda, patrimônio e consumo, levando em conta o rendimento médio brasileiro, está atualmente em 41,25%.
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O Brasil, entre os 30 países de maior carga tributária no mundo, é aquele que dá o pior retorno à sua população, em relação aos valores arrecadados, no que se refere à prestação de serviços públicos de qualidade.
Os números mostram que o Brasil está na nona posição do ranking de dias trabalhados para pagar os tributos. O dinheiro vai para os governos federal, estadual e municipal, mas não é devolvido ao contribuinte com o mesmo apetite da arrecadação. O Brasil ocupa a 79ª posição no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), muito abaixo de países que até cobram menos impostos de seus cidadãos.
Um exemplo é o Chile. O contribuinte do país deixa 68 dias de trabalho para quitar seus tributos (pouco mais que a metade do que gasta o brasileiro). Mas o Chile ocupa a 42ª posição no IDH.
“Estamos levando em consideração, neste ano, a diminuição das atividades econômicas do país, por conta da pandemia do novo coronavírus”, declarou em nota o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação).
“Hoje estamos vivendo, por conta do isolamento social necessário para o combate ao vírus, uma retração muito grande na produção e circulação de riquezas do país. Na maioria dos estados que formam a União existe a permissão de funcionamento apenas para atividades consideradas essenciais à população”, diz a nota da entidade.