O governador João Doria (PSDB) determinou nesta segunda-feira (1º) que protestos de grupo rivais não podem ocorrer na mesma data, horário e local. De acordo com ele, o objetivo é tentar evitar cenas como a do último domingo (31), quando manifestantes a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro fizeram atos na Avenida Paulista.
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Torcidas organizadas e coletivos de torcedores de times de futebol pretendem fazer novos atos contra o presidente Jair Bolsonaro, a exemplo da manifestação realizada no domingo na Avenida Paulista. Segundo a Anatorg (Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil), foram registrados protestos em 14 estados. Embora não haja uma liderança única, esses coletivos têm se reunido em torno de uma pauta comum.
Também ontem, o presidente Jair Bolsonaro recomendou a seus que apoiadores evitem marcar atos na mesma data em que houver protestos contrários ao seu governo. «Estão marcando domingo um movimento, né? Deixa sozinho o domingo (…) Já que eles marcaram para domingo, deixa domingo lá».
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A mobilização de grupos ligados às organizadas recebeu, em São Paulo, o nome de «Somos Democracia». Nos últimos dias, outros grupos da sociedade divulgaram manifestos em defesa dos valores democráticos, em meio a declarações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que pregam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
A maior parte dos integrantes da manifestação da Avenida Paulista era da Gaviões da Fiel, principal torcida do Corinthians, mas também compareceram torcedores de Palmeiras, Santos e São Paulo.
Segundo os torcedores que participaram da manifestação, o confronto com a Polícia Militar teve como estopim uma provocação feita por militantes pró-Bolsonaro, que estavam em outro ponto da Avenida Paulista e se aproximaram do grupo com faixas, bandeiras e xingamentos.
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A PM jogou bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes contrários a Bolsonaro, que revidaram com objetos, atearam fogo em latas de lixo e quebraram vidros.
Em Belo Horizonte, o protesto das organizadas contra Bolsonaro reuniu centenas de manifestantes. A manifestação foi convocada a partir da ligação entre as torcidas de diferentes clubes e a existência de filiais delas espalhadas pelo País.
Um membro da Galo Antifa, do Atlético-MG disse que a mobilização contou com células mineiras de torcidas de times cariocas, além de movimentos dos times locais que já tinham se posicionado contra Bolsonaro, como coletivos feministas.
Em Curitiba, um protesto antifacista também terminou em confronto com a PM nesta segunda. Manifestantes gritavam palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro e atearam fogo em uma bandeira do Brasil. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que atearam fogo em lixeiras, quebraram fachadas de vidro de comércio e fizeram pichações em pontos de ônibus.