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Bolsonaro confirma possibilidade de recriar Ministério da Segurança Pública

A ideia de dividir a pasta ganhou força com a exoneração do ex-ministro Sergio Moro, que exigiu a unificação da Justiça e da Segurança Pública

O presidente Jair Bolsonaro confirmou que tem intenção de recriar o Ministério da Segurança Pública. A decisão já é dada como certa nos corredores do Palácio do Planalto, mas ainda não tem data para ser efetivada. «Existe a possibilidade», afirmou Bolsonaro na noite de terça-feira (2).

O presidente tem um encontro nesta quinta-feira com o líder da Frente Parlamentar da Segurança Pública – a chamada bancada da bala -, Capitão Augusto (PL-SP), para tratar do assunto. Segundo o deputado, a ideia é que a recriação ocorra até julho. O nome indicado pela bancada para assumir a pasta é o do ex-deputado Alberto Fraga (DEM), que é amigo de Bolsonaro.

«Se decidir voltar (com o Ministério da Segurança Pública), já vou anunciar o nome do ministro antes de começar a tramitar o projeto», afirmou Bolsonaro, em referência ao fato de que a criação de pastas deve passar pelo Congresso.

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Questionado por jornalistas, Bolsonaro não quis se comprometer com a indicação de Fraga. «Não vou dizer que seja ele nem que não seja. Sou amigo do Fraga desde 1982. Ele está livre de todos os problemas que teve aí, é um grande articulador. Ele é cotado aí, mas nada de bater o martelo não», declarou. Bolsonaro afirmou que o escolhido «tem que ser alguém que entenda do assunto» da segurança pública.

A ideia de dividir a pasta ganhou força com a exoneração do ex-ministro Sergio Moro, que exigiu a unificação da Justiça e da Segurança Pública em um superministério antes de assumir o cargo. Com a mudança, a estrutura hoje comandada por André Mendonça ficaria esvaziada, sem seus órgãos mais importantes, como a Polícia Federal, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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Quando assumiu o cargo, no fim de abril, André Mendonça chegou a sondar o coronel Araújo Gomes, ex-comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública.

A nomeação, no entanto, não saiu e o cargo está vago desde a demissão do antigo titular da secretaria, o general Teophilo Gaspar, no início do mês passado. «Eu estou em conversa com o ministro (Mendonça), mas em relação à Secretaria Nacional da Segurança Pública. Nos próximos dias é que vou saber como vai se encaminhar», afirmou o coronel.

Depoimento

Na mesma entrevista, Bolsonaro afirmou que pode prestar depoimento presencialmente à PF no inquérito que investiga se houve interferência política na corporação. Para ele, o inquérito acabará sendo arquivado. «A PF vai me ouvir, estão decidindo se vai ser presencial ou por escrito, para mim tanto faz», afirmou o presidente. «Posso conversar presencialmente com a Polícia Federal, sem problema nenhum.» Na semana passada, a PF afirmou ser «necessária a realização» do depoimento de Bolsonaro

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